Na quinta-feira passada, 7 de julho, ocorreu a live: “Masculinidades e o enfrentamento da violência contra a mulher” promovido pelo projeto de extensão da Universidade La Salle, chamado Rede mulher: enfrentamento à violência doméstica e familiar, coordenado pela Profª. Drª Vanessa Amaral Prestes.
O objetivo do evento foi debater temas como masculinidades, papel dos homens no enfrentamento à violência e o resultado dos projetos de extensão. Além disso contou com a presença de diversos palestrantes que trouxeram seus projetos que envolvem essa temática de luta contra a violência.
A primeira foi a Profª. Drª Heliani Berlato (Esalq/USP), coordenadora do projeto DigNas, que tem o propósito de combater a violência contras as mulher em Piracicaba por meio de um aplicativo que auxilia no mapeamento do perfil das vítimas presentes na região urbana e rural do município.
Atualmente, o projeto está em busca de parcerias com empresas dispostas a oferecer vagas de emprego exclusivas para as mulheres que sofrem algum tipo de violência. A ideia é que no futuro sejam ofertados cursos para o desenvolvimento destas mulheres. “Acreditamos que é mais importante no primeiro momento dar uma oportunidade, junto às empresas parceiras, de empregar essas mulheres para que elas tenham a mínima autonomia financeira. E no segundo momento identificar junto às empresas quais são os principais requisitos, o que elas demandam, e criar os cursos a partir disso”, relata a docente.
O segundo convidado foi o Prof. Dr. André dos Santos Silva (MBA em Diversidade e Inclusão/Unilasalle; ESEFID/UFRGS). Ele é líder do Grupo de Estudos Sobre Cultura e Corpo, que desenvolveu o projeto de pesquisa “Relações de Gênero na Escola: um estudo sobre as regiões de alto índice de violência contra as mulheres no municipio de Novo Hamburgo”. Esse trabalho “busca investigar as relações de gênero em escolas localizadas em regiões de alto índice de queixas crime de violência doméstica e familiar contra as mulheres", afirma o professor.
Fugindo um pouco de projetos acadêmicos foram chamadas representantes do Grupo Reflexivo de Gênero da Unilasalle, criado pelo Projeto NASVID (Núcleo de Assistência à Situações de Violência Doméstica) e que tem como objetivo modificar a lógica machista de papéis masculinos e femininos, além de prevenir a reincidência da violência. Esses grupos são facilitados por acadêmicos dos Estágios Específicos I e II do curso de Psicologia da Unilasalle.
Para a psicóloga do La Salle Saúde, Amanda Pires da Cunha, esses grupos, focados no trabalho com os homens, são essenciais para acabar com a lógica machista e patriarcal que é uma das engrenagens da violência doméstica. Segundo a profissional, "Internacionalmente tem crescido o entendimento que para prevenir a violência de gênero se faz muito importante envolver os homens porque majoritariamente são eles os autores das violências, não apenas para reduzir esse número mas também para reduzir a reincidência da violência. E pensando também que esses homens exercem com mais liberdade as diversas formas de masculinidades”.
Lilian Aguiar Lenz Becker, acadêmica do curso de Psicologia da Unilasalle, também participou como estagiária dos Grupos Reflexivos de Gênero. Segunda a aluna os grupos focaram em pautas que problematizassem a construção da masculinidade, assim pensando sobre como a violência contra a mulher não é limitada a violência doméstica. “É a gente conseguir perceber que essa violência é sobre a sociedade. De a gente conseguir ver que esses privilégios patriarcais estão muito ligados a esse poder da masculinidade. E de como essa construção, daquele padrão de homem, de mulher, de quanto a gente pode desconstruir isso com eles no grupo. Então, foi muito positivo.”
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