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Projeto estabelece 352 parcerias docentes na Rede La Salle a nível mundial, gerando intercâmbios entre 14 mil alunos

Colaboração internacional. Aprendizagem colaborativa. Colaboração online. Aprendizagem internacional. Muitas duplas de palavras podem ser criadas a partir do conjunto de letras que forma a sigla COIL, abreviação para o nome em inglês Collaborative Online International Learning (Aprendizagem Internacional Colaborativa Online, em uma tradução livre). O projeto, criado pela Universidade La Salle México (ULSA) e tendo como parceira a Associação Internacional de Universidades Lassalistas (IALU), se propõe a um objetivo no mínimo ousado em um ano tão atípico: reforçar os laços que unem as 65 instituições de Ensino Superior da Rede La Salle, criando pontes acadêmicas entre docentes de diversos países. De março a outubro deste 2020, o COIL formou mais de 700 professores, gerando 352 parcerias para a elaboração de atividades conjuntas, com benefícios diretos aos estudantes.

Cada professor se cadastrou em uma plataforma, informando sua área de formação e atuação. A partir desses dados, ele foi colocado em contato com um parceiro de outra instituição. Sem sair de seus países, os educadores puderam trocar experiências e ideias, criando atividades para serem aplicadas pelos alunos. Estima-se que 14 mil graduandos tenham sido envolvidos na iniciativa. Para Carlos Frederico Coelho, diretor executivo da IALU, o COIL é o “maior projeto de internacionalização atualmente em curso no Ensino Superior”. E o Unilasalle-RJ não poderia ficar de fora. O centro universitário não só deu início aos seus trabalhos como outros já estão encaminhados para 2021, por conta do interesse de sete docentes da casa, representantes dos cursos de Relações Internacionais, Pedagogia e Arquitetura e Urbanismo. Conheça nesta matéria o que eles desenvolveram e ainda irão desenvolver.

RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Vem deste curso o maior número de participações no COIL: um professor e quatro professoras. Alice Gravelle, que além de dar aulas integra o Escritório Internacional da instituição, é uma das mulheres deste grupo. Tendo como dupla o professor Francisco Javier Camarena, da Universidade De La Salle Bajío, ela aproximou os seus alunos de graduandos do México por meio do projeto La sustentabilidad ambiental en América Latina: Retos y experiências. Os estudantes compartilharam, em atividades assíncronas, suas percepções acerca da questão ambiental na América Latina, debatendo os desafios e as iniciativas de suas comunidades para a preservação do meio ambiente. Por fim, eles elaboraram uma cartilha sobre as possibilidades de atuação das instituições de Ensino Superior (IEs) no tratamento do tema.

Atualmente no 6º período de sua graduação no Unilasalle, rumo ao 7º em 2021, Carla Morena acredita que “as dinâmicas envolvidas no COIL nos estimularam a pensar nos problemas ambientais, tanto brasileiros quanto mexicanos, de uma maneira muito didática e gráfica”. “A construção conjunta da cartilha, juntamente com a integração proporcionada pela Rede, reforçou o nosso intuito com o projeto: reiterar que as IEs são uma peça importante neste diálogo, ainda mais em um período de extrema descredibilidade no que diz respeito às mudanças climáticas”, avalia a aluna, “Eu considero muito relevante a cooperação entre as instituições para estimular o pensamento crítico dos alunos e, no nosso caso, promover uma maior conscientização da sociedade sobre o desenvolvimento sustentável, uma maior participação social para que essas mudanças necessárias ocorram”.

O meio ambiente também foi abordado, embora não tenha sido o único mote, no projeto da docente Leticia Simões, desenvolvido em parceria com o professor Jude Jose Latorre, da De La Salle-College of Saint Benilde (Filipinas). No projeto Learning from each other: Interaction between GenZers from Brazil & the Philippines a proposta foi refletir sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, que vão da igualdade de gênero ao meio ambiente, saúde global e pobreza. Como atividade, brasileiros e filipinos criaram infográficos, cartazes e outras peças. “Queremos construir pontes (mesmo virtuais) em um mundo onde se vê cada vez mais muros serem erguidos”, diz o resumo do projeto. Para fazer isso, uma carta na manga: aproximar alunos em diferentes momentos de sua formação acadêmica, gerando uma interação entre Oriente e Ocidente no sul global. 

“Foi surpreendente perceber que, mesmo separados geograficamente, em dois extremos do globo, o Brasil e as Filipinas têm muitas características que os aproximam”, constata a aluna Amanda Cunha, do 2º período de RI, fazendo coro ao objetivo do projeto: “Na verdade, acredito que as preocupações e os valores compartilhados são característicos da nossa geração, a 'Gen Z', independente do país em que vivamos. Somos uma geração preocupada com o meio ambiente e que entende que todos somos humanos acima de tudo”. Além de celebrar este encontro, a graduanda comemora o fato de pertencer a uma Rede, responsável por proporcioná-la “oportunidades singulares”: “O COIL nos permite conhecer pessoas de culturas diferentes e também garante um certificado internacional, que prestigia o currículo. Principalmente na área de Relações Internacionais, uma experiência de intercâmbio com as Filipinas é um diferencial na nossa formação, é uma prova de que somos capazes de trabalhar com a diferença de fuso horário, barreiras culturais e linguísticas”.

Saiba aqui quais são os outros três projetos de RI no COIL, a serem realizados em 2021.1

PEDAGOGIA

De um lado da tela, alunos com trajes típicos de Oaxaca, no México. Do outro, a cultura do Brasil sendo apresentada por estudantes do Unilasalle-RJ. De um lado da tela, o modelo educativo brasileiro em pauta. Do outro, o modelo mexicano. No projeto Formación de profesores par la diversidad: Una experiencia intercultural COIL entre México y Brasil não faltou arte nem discussões sobre a Educação, ultrapassando fronteiras. Coordenadora do Núcleo de Arte e Cultura e professora de Pedagogia do Unilasalle-RJ, Angelina Accetta se uniu a Uriel Sanchez, docente da Universidad La Salle Oaxaca, para o que ela denominou como uma “experiência de partilha, aprendizagem e diversidade cultural”. Ao todo 35 alunos participaram de encontros remotos e se dividiram em grupos para escrever artigos acadêmicos submetidos e apresentados na I Expedición Pedagógica Lassallista Latinoamericana. O congresso internacional da Rede La Salle foi realizado no fim de novembro e teve o Unilasalle-RJ como anfitrião.

Para Angelina Accetta, o tema do projeto gera frutos na prática profissional do pedagogo: “Os protagonistas da ação educativa têm um papel fundamental no desenvolvimento de práticas profissionais comprometidas com a qualidade e o respeito à diversidade cultural. A vivência do COIL pode significar para esses alunos a diferença na formação docente quanto ao reconhecimento dessa diversidade como patrimônio comum da humanidade”. Graduanda do último período de Pedagogia, Ingrid Valladão participou das atividades e falou, ainda durante a realização delas, sobre o aprendizado. “Estamos nos esforçando ao máximo e nos superando em mais este desafio oportuno com que o Unilasalle-RJ e a professora Angelina nos presenteiam em meio ao cenário em que vivemos. Gratidão, oportunidade, aprendizado, esforço, conhecimento e superação são palavras que descrevem os meus sentimentos”, sintetizou Ingrid em depoimento enviado à sua professora.

ARQUITETURA E URBANISMO

“Ela é super empolgada e parceira, tem uma energia incrível!” Ao apresentar a sua dupla no COIL, Diego Ramos, professor do curso de Arquitetura e Urbanismo, não poupa elogios. A animação que o move é a mesma que faz Aloma Frigerio, da Universidad Lasalle Saltillo (México), responder às perguntas da jornalista poucos segundos depois do primeiro contato feito por WhatsApp. A brasileira, que vive há 11 anos no México e há seis é professora da Rede La Salle, trouxe consigo oito de seus alunos para interagir remotamente com os 23 graduandos de Arquitetura e Urbanismo do Unilasalle-RJ. A empreitada Impactos de projetos urbanos e abordagens projetuais desvinculadas da cultura local. O papel propositivo e analítico do Arquiteto e Urbanista no Brasil e no México começou com o desenvolvimento de um projeto urbanístico para a Rua Gastão Gonçalves, onde está localizado o centro universitário, e, em 2021, será a vez de os estudantes pensarem conjuntamente em soluções para o entorno da Universidad de Saltillo.

“Apesar da diferença de idiomas, conseguimos fazer dar certo com algumas pequenas traduções. Meus alunos saíram desses encontros bastante enriquecidos, apresentando soluções que utilizamos aqui. Eles puderam ver como os alunos do professor Diego trabalham e, no fim, o mais interessante foi constatar a diversidade da Arquitetura existente no mundo, gerando diferentes soluções urbanísticas”, relata Aloma, que considera o COIL uma “iniciativa inovadora”.

Leia depoimentos dos alunos da Universidad de Saltillo sobre a experiência

Neste ano de 2020, o projeto consistiu em quatro encontros remotos. A primeira reunião, de apresentação, terminou com os alunos criando um quadro virtual, no qual falaram sobre si mesmos e comentaram as publicações dos outros estudantes. O segundo encontro consistiu em um debate sobre a diversidade da Arquitetura e como eram distintas as visões dos países acerca da segurança. Em um novo mural virtual, os alunos compartilharam fotos do que seria um rico e um pobre exemplo arquitetônico de sua nação. Na terceira videochamada, os participantes foram separados em equipes, formadas por dois universitários do México e de quatro a cinco estudantes brasileiros. Naquela reunião, na seguinte, e interagindo também por WhatsApp, as equipes trabalharam em um projeto urbanístico para a Gastão Gonçalves. A rua do bairro Santa Rosa, em Niterói, possui suas particularidades, abrigando uma instituição de ensino, um centro comunitário, uma comunidade carente próxima, casas antigas ao lado de altos prédios, comércio e intenso fluxo de carros/pedestres/ciclistas.

Para o próximo ano, a ideia é que o workshop seja uma intervenção na cidade de Saltillo, localizada próxima ao deserto. E Aloma tem ainda um outro desejo, mostrando que o que nasce virtual pode também ir além das telas: “Se a COVID permitir, temos planos de fazer uma viagem para que os alunos se conheçam e possam participar de algum projeto presencial em comum”.   

Por Luiza Gould

Ascom Unilasalle-RJ

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