Menu

Dez alunos e dois professores do Unilasalle-RJ estão em Rondônia ministrando oficinas para moradores da região

Lassalistas com mensagens deixadas em cápsula do tempo, churrasco em pleno Rio Madeira, travessia por “voadeiras”, oficinas ganhando adeptos, rondonistas que agora sabem a diferença entre mandioca e macaxeira. E o principal: muitos capítulos deixados na história dos ribeiros, na história destes universitários. Conheça o Diário de Bordo do professor Roberto Primo que, ao lado de Suenne Righetti, é mais um “Anjo” para esses meninos da Operação Cinquentenário (em comemoração aos 50 anos de existência do Projeto Rondon):

No dia 5, nos dirigimos para a base aérea do Galeão para embarcar em mais uma operação do Projeto Rondon. Esta é especial, marca os 50 anos do projeto e retornou ao mesmo local da primeira, no estado de Rondônia, que tem este nome em homenagem ao Marechal Rondon. Chegamos às 6h, decolamos às 8h em um 767 da FAB, junto com outra equipe de rondonistas, da USS de Vassouras. Somos as únicas instituições de ensino superior do Rio de Janeiro. Pousamos às 9h em Campinas e aguardamos até as 11h50 dentro do avião, para decolar com sete equipes de São Paulo e quatro de Minas Gerais.

Pousamos às 12h50 em Brasília, para decolar às 15h com uma equipe da Bahia, uma de Mato Grosso e duas de Brasília. Embarcaram, ainda, rondonistas que seriam homenageados na cerimônia de abertura. Um deles, o filho do professor que idealizou e participou da operação ZERO em julho de 1967. Outro, foi um dos alunos que participou daquela operação. Desta vez, finalmente, conseguimos comer. Foi servido um lanchinho a todos.

Às 16h50, horário local, estávamos em Porto Velho. Lá é cerca de uma hora a menos de fuso.  Fomos recebidos por todo comando do Projeto e a banda de música do Exército. Em seguida, tiramos a foto oficial que reuniu todos os rondonistas.


Uma frota de ônibus nos deslocou até o quartel, aonde foi servido o jantar para, depois, separar as equipes. O alojamento feminino ficou em um batalhão e o masculino em outro. No Rondon funciona assim: cada participante é responsável pela sua bagagem e também pelas caixas de material que levamos. Estas caixas ficaram no alojamento feminino. Já saímos de Niterói com uma mala cada e a mochila de mão. No quartel, recebemos o Kit rondonista, composto por quatro camisas do uniforme, uma caneca, um squeeze, chapéu, capa de chuva e mochila. Isso tudo ficou armazenado no alojamento masculino, que continha 118 camas, seis beliches reservadas para o Unilasalle-RJ. Em algumas operações, a etiqueta nas camas leva o nome do rondonista. Nesta era apenas a IES.

Quinta-feira. Acordamos às 7h, e fomos para o rancho (restaurante na linguagem militar). Logo depois, era a hora de embarcar nos ônibus e seguir para o auditório, onde seria a cerimônia de abertura. No restante do dia ficamos no quartel.

A sexta, 7 de julho, foi repleta de atividades, culminando com um desfile militar ao anoitecer. No sábado, fizemos um tour pelos principais pontos turísticos da cidade, e visitamos o memorial do Marechal Rondon, com várias imagens e histórias dele. Neste local, foi enterrada uma cápsula do tempo, com mensagens dos 310 rondonistas que participaram desta operação. Ela só será aberta daqui a 50 anos. Domingo, dia 9, a alvorada foi às 4h. Tomamos café, pegamos nossas malas e caixas e seguimos para a embarcação que nos levaria pelo Rio Madeira, mas isso é história para outro capítulo.

Embarcamos no domingo, às 8h30, em Porto Velho. Fizemos uma fila indiana para carregar os 21 colchões para o navio. Enquanto esperávamos a partida, pudemos assistir a uma pequena demonstração de boto cor de rosa. Viajamos oito horas pelo Rio Madeira até chegar ao distrito de Calama. Os 16 alunos começaram a aproveitar a viagem de verdade. Muitas conversas, brincadeiras, um ótimo almoço com direito a churrasco a bordo, preparado por mim.


Chegamos e desembarcamos os colchões. Até chegarmos na escola que nos alojou foram cerca de mil metros, com passagem por ponte de ferro e uma escadaria. É uma escola estadual grande e os alunos de povoados afastados, chegam em lanchas “voadeiras", às 7h da manhã. Alojamos toda a equipe. Os alunos ficaram no auditório e os professores na sala de reunião. Vale parênteses para falar sobre o “Anjo”. Toda operação é acompanhada por um militar. Quase sempre um sargento, mas desta vez, o nosso é um tenente, e dos bons.

Na segunda-feira, segui com seis alunos para o distrito de Demarcação. Fica a uma hora de “voadeira”, subindo o Rio Machado, que tem as águas um pouco mais claras do que o Madeira. Os alunos vibravam. Nossa missão era preparar o terreno para voltar no dia seguinte, trazendo toda equipe e desenvolvendo as oficinas. Enquanto isso, o restante dos rondonistas transportou a bagagem e mantimentos para a escola que nos alojou.

Terça-feira, dia 11. Subimos os 21, a bordo de três lanchas, rumo ao distrito de Demarcação. Palestramos dentro de uma fábrica de farinha para os cooperados sobre como agregar valor ao produto deles. Aprendemos que mandioca não serve para comer, só para fazer farinha. A que se come é macaxeira. Nosso almoço foi feito pelos bombeiros que pilotavam os barcos. Churrasco, maionese de batata, farofa e arroz.

Nova manhã, nova missão. Na quarta-feira, foi a vez de trabalhar em Calama. Aulas nos três turnos. À tarde sempre acontece a aula de gastronomia, é um sucesso. A população aos poucos aumenta a participação nas oficinas.

Fizemos o levantamento de toda estrutura turística local e visitamos as principais atracações. Uma curiosidade é que no caminho para conhecer o Rio Maicy (não confundir com a Macy’s de NY), entramos no estado do Amazonas. Do meio do rio para cá é Rondônia, do meio para lá é Amazonas.

Hoje, sexta-feira, levaremos toda bagagem e material para o navio, só ficarão no alojamento os colchões e uma roupa de cama para amanhã de manhã. Embarcaremos no sábado, deixando Calama rumo a Nazaré.


Confira aqui um vídeo do Projeto Rondon sobre a ação fluvial do Unilasalle-RJ e da Universidade de Passo Fundo (RS) na comunidade de São Carlos. 

Por Luiza Gould

Ascom Unilasalle-RJ

Entre em Contato