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“A geometrização e a expressividade na poética do Sandro nos convidam ao diálogo com a nossa própria história, com a nossa própria identidade”. A fala é de Angelina Accetta Rojas, coordenadora da Galeria La Salle, mas poderia ser de qualquer um que passasse por lá no dia 19 do mês passado. A inauguração da exposição “Identidades: uma Geometria da Memória”, trouxe aos visitantes uma mistura de identificação e curiosidade, já que as obras possuem uma estética inusitada, com formas geométricas. Formas estas que acusam o perfeccionismo de Sandro Silveira, criador de todas elas.

 

O professor do Unilasalle-RJ que se desdobra entre o trabalho como arquiteto, e suas obras de arte, justifica o cuidado à arquitetura, peculiaridade que já foi notada por outras pessoas, entre elas uma, em especial, que o fez perceber a minúcia presente em suas obras. “Assim que eu comecei a desenhar, eu coloquei um dos meus trabalhos em um concurso e acabei sendo premiado. O trabalho foi para Milão e fui até lá participar”, relembra o artista, “No museu, uma jornalista italiana veio me entrevistar, e falou algo que eu ainda não tinha percebido. Ela perguntou se eu era arquiteto, e após a minha confirmação me contou que percebeu isso ao notar a construção e organização geométrica dos meus trabalhos. E ela continuou dizendo que meus trabalhos têm força, de cor, de traço, mas ao mesmo tempo, ordem. Hoje eu estou conseguindo mostrar isso”.

Ainda assim, Silveira consegue enxergar outras características em suas criações, entre elas, a continuidade. Uma progressão de esboços mostra ao visitante como surge cada desenho. “Uma das obras tem início, meio e fim que dialogam, comecei com o desenho em sua parte final, depois decidi exibir o esboço, para que as pessoas possam ver como elas nascem”, explica.

Guilhermino Gomes e Márcio Domingues, comentaram, justamente, sobre o início, meio e fim, abordados por Silveira. Os dois foram alunos do artista, ainda na faculdade, e agora, já formados, visitaram a exposição do antigo professor. “O Sandro nos deu aula de ‘Estudo da Composição e da Forma’ e o processo artístico é bem o que ele passava para nós em sala”, comentou o arquiteto de 31 anos. Já Domingues abordou sobre a arte presente nos trabalhos de Silveira, e até arriscou filosofar: “Conhecendo o artista como eu conheço, é isso que ele quer passar. Não é ‘isso’, diminuindo ou resumindo em algo, até porque falar desta forma é pouco, abrindo uma infinidade de observações e de interpretações. A arte não é medida e nem mensurada, ela tem que ser e mais nada, a arte precisa ser para acontecer, e mesmo assim, ela já é”.

 

 

Por Camila Reis

Fotos de Beatriz Siqueira

Ascom Unilasalle-RJ

 

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