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Senso crítico, métodos de ensino que fogem do tradicional, organização de grandes eventos no espaço universitário, cidadania e ética resumem o último dia do Seminário Pedagógico 2017.2. Confira abaixo um pouco de cada momento do dia 3 de agosto.

 

Comissão Própria de Avaliação

A trajetória lassalista se confunde com o nome de Mary Rangel. “Estou aqui há apenas 40 anos”, brincou ao subir no palco. Além da história no Colégio La Salle Abel, e de ser decana do Unilasalle-RJ, auxiliando na implementação dos primeiros cursos, Mary coordena atividade crucial para o crescimento de qualquer instituição de ensino superior: a Comissão Própria de Avaliação. Promovendo diagnóstico do desempenho do centro universitário, a partir de consulta a discentes, docentes e colaboradores técnico-administrativos, a CPA elenca melhorias para futuramente serem implementadas.

“São vários eixos requeridos pelo Ministério da Educação no sentido de serem avaliados e constarem no relatório”, explicou Mary na ocasião, “Cobrimos o desenvolvimento institucional, aspectos de gestão, planejamento e avaliação institucional, aspectos de estrutura física, sustentabilidade. A partir deles, temos vistos os avanços nas metodologias ativas; no currículo integrado; nos espaços acadêmicos, com o Centro Tecnológico; no processo de formação continuada, envolvendo professores e funcionários”.  A comissão produz anualmente um relatório com todos os resultados das pesquisas, e em 2017, a missão é dupla, devido a necessidade de material também trimestral.  

O momento da CPA no Seminário Pedagógico contou com desfecho inesperado. A convite da professora Mary, um representante de cada grupo que constitui a instituição falou sobre suas impressões acerca do local onde estudam e trabalham.

 

 

 

 

Festival de Curtas: Relações Internacionais

No seminário do início do ano, Letícia Simões estava na plateia, ouvindo o colega Ricardo Pajé, docente de Administração, falar sobre o uso de métodos passíveis de maior diálogo com os alunos, como a produção de vídeos por parte deles. Ela uniu aquele incentivo à lembrança de conhecer no Unilasall-RJ, enquanto estudante, o active learning. “Aprendíamos sobre meio ambiente e RI assistindo ao filme dos Simpsons, tínhamos debates em sala de aula em formato de Cúpulas da ONU, do Mercosul”, recordou a professora de “Teoria das Relações Internacionais I”. Para Letícia, sugerir à turma a produção de curtas-metragens, estabelecendo uma competição entre as produções, era uma forma de ajudá-los a compreender um conteúdo denso, para além da simples “decoreba”: “Certamente no ciclo básico é uma das disciplinas que demanda mais leituras, textos do século XVII, XVIII, e nem sempre o aluno consegue absorver tudo o que precisa para debater assuntos da área, principalmente nos últimos dois anos da graduação”.

Lorena Toffano e Júlia Duarte são exemplos de que a estratégia deu certo. Ambas estão no 3º período e cursaram no último semestre a disciplina de Letícia. Lorena ganhou com o seu grupo o 1º lugar no Festival, a partir de programa inspirado no Telecurso 2000. “Foi muito trabalhoso, mas ao mesmo tempo satisfatório. Ninguém é ator, diretor ou roteirista. Conseguimos, no entanto, passar tudo o que havíamos aprendido no semestre da nossa forma”, resumiu a discente.

No caso da amiga Júlia Duarte, a maquiagem deu a base que seu time precisava para “makes bafônicos”, como dizia no vídeo. Mergulhando no popular vloguer, Júlia se transformou em Youtuber por um dia, propondo duas combinações diferentes de sombras, blushes, delineador e rímel: a make cientificista, “para você que é a louca dos números e da exatidão”, e a make tradicionalista, “para as recatadas e do lar”. Entre uma e outra pincelada, eram passados os conceitos das duas correntes. “Eu vendo maquiagem, produtos de beleza, por isso surgiu uma brincadeira na sala de que ‘Júlia é blogueirinha’, e assim surgiu a ideia do vídeo”, contou, “Difícil a edição porque gravamos durante quase um dia inteiro, foi preciso cortar, mexer, mas senti que a turma toda gostou da proposta. Acredito que cada um tem um método de aprendizagem e eu aprendo melhor neste, menos tradicional”.       

O I Festival de Curtas de RI contou com banca avaliadora, composta por dois professores da casa e um externo, além de pontos extras e chocolates como prêmios, mas, segundo Letícia, a experiência do uso de uma nova linguagem foi, no fim, o que mais contou.

 

Semana de Tecnologia e Inovação

Em 2016, foram três dias, de 11 a 13 de abril, 44 eventos, dentre palestras e minicursos, 13 alunos participando da organização e três cursos envolvidos: Engenharia de Produção, Engenharia Civil e Sistemas de Informação. Este ano, a II Semana de Tecnologia e Inovação, dias 16 a 18 de maio, incluiu, entre os cursos participantes, as áreas correlatas de Administração, Contábeis, além da novidade de 2017 do Unilasalle-RJ, a Engenharia Elétrica. Foram 40 eventos, palestras e uma visita técnica ao Museu do Amanhã, 20 alunos participando dos bastidores. Inês Vasconcellos (coordenadora de Engenharia de Produção) e Márcia Sadok (coordenadora de Sistemas de Informação) tinham a missão de contar essa história aos docentes na noite do dia 3 de agosto.  

E a palavra de ordem para ambas era aprendizado. “O pré-evento é muito maior do que o evento em si, começamos a programar o que não podemos fazer novamente de errado quando cada semana acaba”, esclareceu Inês, “Aprendemos com a primeira experiência a não começar na segunda-feira e cortar palestras que não interessavam muito, não tinham tanto apelo. Este ano a adesão dos alunos foi enorme, ele é realmente o protagonista, vê o professor como parceiro. Mas deu errado mudança de auditório em cima da hora e muitas desistências em stands por coincidir com a Semana de La Salle e trocarmos a feira de andar”.

Os acertos, no entanto, também são vários, a começar pela escolha da professora que fica na linha de frente do projeto: Suenne Riguete, dona de um “carisma fantástico com o aluno”, na avaliação da coordenadora de Produção. Suenne traz do Projeto Rondon o know-how para identificar lideranças, encontrar discentes que queiram vestir a camisa da Semana de TI. “Outra conquista é que conseguimos trazer egressos para a instituição. Mesmo os que já participaram, querem voltar, hoje temos fila de voluntários. É uma oportunidade também de divulgar as pesquisas e os trabalhos finais dos nossos discentes. E conseguimos quebrar um paradigma, cobrando pela inscrição, o que incentiva mais o palestrante a vir”, concluiu.

A experiência junto da Olimpíada de Robótica – competição nacional, com o Unilasalle-RJ sendo um dos espaços a sediar a etapa regional – também foi citada no seminário. Segundo Márcia Sadok, a participação dos discentes de SI rendeu a eles convites para serem juízes em competições internacionais da área.  

 

Atividades Integradoras: História/Pedagogia

Cidadania, por definição a prática dos direitos e deveres de um indivíduo. Com esse tema, as Atividades Integradoras de História e Pedagogia levaram os alunos a serem repórteres no Unilasalle-RJ, entrevistando seus próprios docentes acerca da característica fundamental para o convívio em sociedade. A explicação veio de Sérgio Câmara, coordenador das AIs que unem os dois cursos. “Essas atividades têm a função de despertar o pensamento crítico. Surgiu a ideia muito bem-vinda de fazermos com que os alunos se reunissem em grupos e perguntassem para os professores o significado da cidadania. Propomos também leituras, produção de resenhas, no final tivemos ainda um grande debate em sala, com 60 alunos”, afirmou.

Duas delas estavam no Seminário Pedagógico para deixar suas impressões. Maricelia Rocha, 2º período de Pedagogia, classificou o centro universitário como “cidadão”, por abrir espaço a momentos como os vividos em aula, fornecendo aos discentes “a possibilidade de também serem cidadãos a partir da reflexão”.  Daphne Christine Moraes, por sua vez, se surpreendeu a ver a possibilidade de diálogos entre a História, sua futura profissão, e a Pedagogia. “Não vemos a importância da cidadania até estar em uma universidade, discutindo com outras pessoas”, opinou.

Prova de que a metodologia ativa gera resultados foi a proposta feita pelas alunas: a criação de um espaço na instituição, que receberia o nome de ‘Ágora’, como a praça grega onde o povo tinha suas assembleias, possibilitando novos debates com o corpo acadêmico.

 

Ambição e ética na universidade: Direito

Sem a cidadania não há organização societária, sem ética também não. Vem do Direito a pauta dos assuntos morais. Encerrando o Seminário Pedagógico 2017.2, a professora Andreia Paraquette compartilhou seus resultados na disciplina “Leitura e Produção Textual”, aplicada aos calouros. Nela, os futuros advogados, promotores, desembargadores e juízes aprendem a importância do uso correto da pontuação, por exemplo, algo que parece tão simples, mas pode inverter totalmente os sentidos. Apresentar os diferentes tipos de linguagem, dos quadrinhos aos textos acadêmicos, é um dos objetivos, mas o grande diferencial é se colocar no lugar do outro.

“Eu gosto de ir onde o meu aluno está, busco contextualizar na área deles”, frisou Andreia, “Um dos exercícios passados foi um testamento completamente sem vírgulas, de forma que cabia ao aluno decidir com quem ficou a herança só utilizando vírgulas”. O grande desafio, no entanto, foi a produção de um material por parte deles sobre a ambição e a ética: “Eles precisavam definir o gênero textual que usariam, escolher linguagem, formatação, apresentação final, não poderia haver repetição do gênero, os grupos teriam que se comunicar para não acontecer de todo mundo fazer um cartaz”.

A lista de expectativas era grande, mas os trabalhos entregues deram conta do recado, entre folders, panfletos, livro, cartazes. “Os discursos hoje estão perdidos em determinados contextos, quis mostrar essa importância de usar a palavra com prudência, principalmente no curso de Direito”, finalizou. 

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