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São apenas dois dias, mas a programação é intensa. A cada meia hora, um novo palestrante fala ao público de futuros internacionalistas. Não poderia ser diferente na XII Semana de Relações Internacionais, realizada nos dias 26 e 27 de outubro. O Auditório Ir. Egydio Lucas ficou pequeno para tantos alunos e debates acerca do Oriente Médio, Feminismo, Migrações, Meio Ambiente, Integração Regional e América Latina.

Neste ano, entre as mesas redondas temáticas, a coordenação do curso de RI, em parceria com a Galeria La Salle, inaugurou a mostra “Vidas Refugiadas”, com oito faces, oito histórias de mulheres forçadas a sair de seus países por conta de perseguições de gênero. Em São Paulo, elas tentam ser reconhecidas pelo governo brasileiro. A exposição, que segue em cartaz até dia 24 de novembro, dialogou com a palestra “Legislação, migrações internacionais e refúgio”, na quarta-feira.

Veja abaixo um resumo de cada encontro:

 

                                         

Data: 26/10/2016

Mesa: DE “CRESCENTE FÉRTIL” A “CELEIRO DO TERRORISMO”? CRISES E CONTINUIDADES NO ORIENTE MÉDIO

Palestrantes: Márcio Scalércio (PUC-Rio); Fernando Brancoli (UFRJ) e Rafael Zelesco (Unilasalle-RJ)

Coordenação da Mesa: Rafael Zelesco

O coordenador da mesa e palestrante Rafael Zelesco abordou a guerra civil no Iêmen, mostrando um pouco do contexto histórico desde antes da unificação do país e os efeitos deste ocorrido para os conflitos atuais. O professor pontuou a relação de outras nações nesta guerra, com foco na importância dos Estados Unidos, Irã, Arábia Saudita e países do Golfo. A participação de grupos terroristas como Al Qaeda e Estado Islâmico também foi citada.

Márcio Scalércio tratou das relações do Oriente Médio com o Ocidente e, especialmente, com os EUA, pegando o período temporal do início ao pós-Guerra Fria. Scalércio deu detalhes dos interesses políticos, econômicos e militares norte-americanos na região.

O palestrante Fernando Brancoli falou sobre o Estado Islâmico e as guerras por procuração. Explicou brevemente o que significa este termo, vindo do inglês proxy war (dois países de utilizam de terceiros para não lutarem diretamente), e como ele se personifica no Oriente Médio pelas mãos das potências mundiais. Para contextualizar a sua explanação, Brancoli foi em busca de referências do conflito da Líbia, que deu início a uma ação do Conselho de Segurança da ONU para levar democracia ao país, apesar de, na prática, a realidade ter sido bem diferente. Ele deixou ainda contribuições sobre a Guerra na Síria.

 

 

Data: 26/10/2016

Mesa: FEMINISMO E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Palestrante: Tatiana Vargas Maia (Unilasalle Canoas)

Coordenação da Mesa: Denise Salles

Na tarde de quarta-feira, a mesa responsável por abordar o feminismo se iniciou com a apresentação do filme “Persépolis”, uma autobiografia de Marjane Satrapi. Na animação, a iraniana retrata a vida em seu país, com meninas obrigadas a estudar em salas de aula só delas usando o véu islâmico e flashs da revolução que levou o regime xiita ao domínio do Irã, todas essas, situações acompanhadas de perto pela então menina de 10 anos.   

Em seguida, a professora Tatiana Vargas Maia, do Unilasalle Canoas, debateu sobre a produção, analisando-a segundo a perspectiva feminista das Relações Internacionais. Tatiana mostrou como a questão do gênero está presente na vida cotidiana, nas narrativas sobre conflitos e em outros fenômenos estudados pela profissão.

 

 

 

Data: 26/10/2016

Mesa: LEGISLAÇÃO, MIGRAÇÕES INTERNACIONAIS E REFÚGIO

Palestrantes: Fabrício Souza (Cáritas-RJ) e Aryadne Bitterncourt (Cáritas-RJ)

Coordenação da Mesa: Tatiana Vargas Maia

Aryadne Bittencourt comentou, na noite do dia 26, a situação dos refugiados no Brasil e compartilhou suas experiências na Cáritas-RJ, onde atua na proteção e acolhimento dos refugiados. Fabrício Souza, advogado da instituição, atentou sobre o processo de obtenção de refúgio no Brasil e sobre procedimento realizado pelo Comitê Nacional para os Refugiados (CONARE). A lei de refúgio brasileira, tema de palestras anteriores do curso, também foi discutida. 

 

 

 

Data: 27/10/2016

Mesa: MEIO AMBIENTE E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Palestrantes: Maureen Santos (Fundação Heinrich Böll/PUC-Rio); Lyda Fernanda Forero (Transnational Institute); Flávia Lovatel (UCP)

Coordenação da Mesa: Denise Salles

A palestrante Maureen Santos falou sobre o Acordo de Paris e a COP 22. Para tanto, esclareceu o que é a Conferência do Clima, traçou um breve histórico sobre o tema e enfatizou o Acordo de Paris, fruto da COP21. Maureen também frisou a importância das potências, principalmente China e EUA, estarem abertos à questão ambiental, pontuando o que esses países deveriam fazer para diminuir a emissão de gases e retornar ao meio ambiente aquilo que eles retiraram para se industrializar.

Lyda Forero, por sua vez, discutiu o papel das empresas transnacionais e o impacto de suas operações para o meio ambiente, com ênfase na Colômbia. A autora problematizou a questão da busca pelo desenvolvimento que afeta o meio ambiente e as comunidades indígenas e levou o público a refletir sobre soluções aptas a integrar o desenvolvimento à proteção do meio ambiente e da sociedade.  

Encerrando a mesa, Flávia Lovatel abordou sustentabilidade integrada e como ela pode ser um meio de empoderamento feminino. O começo de sua apresentação foi explicando resumidamente o que é sustentabilidade e a diferença entre reduzir, reutilizar e reciclar. Por fim, ela apresentou um projeto do Centro de Referência e Atendimento à Mulher (CRAM), de Petrópolis, no qual vítimas de violência doméstica transformam materiais em acessórios femininos. 

 

 

Data: 27/10/2016

Mesa: RELAÇÕES INTERNACIONAIS, INTEGRAÇÃO REGIONAL E MUNDO CONTEMPORÂNEO

Palestrante: Luiz Felipe Osorio (UFRRJ)

Coordenação da Mesa: Fernanda Nanci

O palestrante Luiz Felipe Osório tratou da integração regional, iniciando a discussão a partir da crise grega apresentada no documentário “Debtocracy”. A escolha do material foi feita com o objetivo de apresentar noções gerais do tema, a partir de uma visão crítica sobre a União Europeia. A maioria enxerga o acordo entre os países europeus como positivo, mas, ao passar do tempo, o que se vê é um projeto com diversas fraturas e problemas sensíveis, afetando a população. O palestrante traçou o histórico da integração europeia até o momento atual, marcado pela decisão do Reino Unido de sair do grupo.

 

 

 

Data: 27/10/2016

Mesa: O CICLO DE GOVERNOS DE ESQUERDA E A ONDA CONSERVADORA NA AMÉRICA LATINA DO SÉCULO XXI

Palestrantes: Eduardo Scheidt (UERJ); Mariana Bruce (UFF) e Rafael Alonso (UFRRJ)

Coordenação da Mesa: Rafael Araújo

Na última palestra da Semana de RI, os palestrantes Eduardo Scheidt, Mariana Bruce e Rafael Alonso expuseram aos ouvintes assuntos relativos a países latinos, com ênfase na Venezuela, Colômbia e Bolívia. Mariana Bruce ficou encarregada do tema “O capitalismo Andino-Amazônico e o bem viver na Bolívia: uma convergência possível?”, explicitando como o bem viver influenciou a política boliviana de construção de um Estado plurinacional e comunitário, explorando, ademais, as dificuldades na prática desta experiência política.

Já o palestrante Eduardo Scheidt, que falou sobre “As transformações políticas na Venezuela chavista e seus desdobramentos nas Relações Internacionais em relação à América Latina” focou principalmente na política implementada durante o governo de Hugo Chávez, época de grandes mudanças para a Venezuela. Eduardo também tratou do governo Maduro e da atual crise econômica, além de salientar as dificuldades de implementação do projeto chavista.

Rafael Alonso debateu sobre seu projeto de monografia na palestra “A política e os acordos de paz na Colômbia: impasses e desafios do tempo presente”. Apresentou um breve histórico que permitiu obter uma melhor compreensão sobre o quadro político colombiano, caracterizado pela violência e narcotráfico. Ele abordou também o período mais atual, dos acordos de paz e suas controvérsias, explorando possíveis cenários futuros para o país depois da vitória no plebiscito. 

 

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