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Da mente do dramaturgo William nasceram as tragédias de “Hamlet”, “Rei Lear”, “Macbeth”, “Romeu e Julieta”. Floresceram comédias como “A megera domada”, “Sonho de uma noite de verão”, “O mercador de Veneza”. Ela enveredou também pelos versos, construindo “Amor II”, no qual Shakespeare poeta se pergunta: “Se todos somos iguais, a quem amamos?” As diferenças se confundem com a própria constituição humana e motivaram o Sábado Inclusivo, realizado no Unilasalle-RJ, dia 24.

Pegando carona na campanha Setembro Verde, que durante este mês alerta para a importância da responsabilidade social, o centro universitário dedicou um dia ao tema integração, começando por uma série de palestras às 9h20. As professoras Dora Maria Cardoso (UFF), Aimi Tanikawa (Fiocruz) e Andreia Pierre (UFF) apresentaram o panorama da educação especial em Niterói, com o aumento do número de deficientes físicos na rede municipal, por exemplo. Cada palestrante mostrou ao seu ver como é possível a inclusão através de recursos voltados à independência nas atividades pedagógicas. Durante todas as falas, intérpretes de Libras possibilitaram uma mesa redonda acessível a todos. O ensino pautou o bate-papo pelo fato do Sábado Inclusivo ser a aula inaugural do curso de Pedagogia neste semestre.    

Ainda pela manhã, a escritora Luciane Rangel lançou “Ane e Jota, amigos de mundos diferentes”, ilustrado por Jota Cabral. No livro, assim como na vida real, ela é surda e ele ouvinte. Apesar das realidades diversas, a dupla vive aventuras enquanto aprende em conjunto. O momento contou com uma inversão de papéis. Luciane falou com o público em Libras, havendo a tradução de um ouvinte. A Língua Brasileira de Sinais foi também destaque em outro momento do dia: a apresentação do 6º período de Pedagogia no Auditório La Salle, às 15h. Os graduandos dançaram e cantaram em gestos a música “Alegria”, de Ivete Sangalo.  

Da literatura de Luciane, os presentes foram convidados a conhecer o trabalho de Rodrigo Saramago, na inauguração de “Arte sem Barreiras”. A exposição, em cartaz na Galeria La Salle até o próximo dia 30, conta com seis obras divididas entre as temáticas mística e sacra. As esculturas, no entanto, foram mais sentidas do que vistas. Parte do público foi vendado, vivenciando a arte pelo tato. Ao lado, o colega sem venda descrevia as nuances de cada relevo no barro.     

“É uma visão completamente nova para mim”, descreve Marcia Souza, de 54 anos, sobre a experiência. A futura pedagoga veio cedo conferir o início da programação e foi até a Galeria vivenciar a mostra sensorial. “As artes são por si só inclusivas, mas acredito que este caráter se exacerba com o barro, a cerâmica, por conta das vilosidades dos materiais. A peça que mais gostei enaltece a feminilidade. Pelo toque das curvas no cabelo, me remeteu à figura da Medusa”, completa.

 

 

À tarde, foi a vez das oficinas inclusivas, de Libras, Braille, Audiodescrição, Tecnologias Assistivas e Arte Terapia. Os alunos do Instituto de Educação Professor Ismael Coutinho (IEPIC), escola na qual crianças, jovens e adultos com e sem deficiência dividem o mesmo espaço, participaram da oficina de arte. O objetivo da aula foi confeccionar dedoches de animais em gesso.  

 

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