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A dinâmica era simples. O pedido feito foi para que os alunos deixassem suas carteiras para trás e sentassem no lugar do colega ao lado, portanto, em um ambiente diferente, utilizando materiais que não fossem os seus. E assim esses personagens assistiram a uma palestra do Irmão Jardelino Menegat. Só ao término da fala todos puderam voltar às suas respectivas mesas. No momento do retorno, as expressões de alívio se proliferaram. “Eu nunca esqueço desse dia em que trabalhei a temática da mudança. Esse comportamento é próprio da natureza humana, criar zonas de conforto. Se alguém não nos cutuca, ficamos no que nos é mais confortável”, explicou o reitor do Unilasalle-RJ nesta quarta-feira, depois de compartilhar a lembrança. E qual é a moral da história? Por mais difícil que possa ser no momento, o desafio leva ao crescimento, a novos horizontes. Com esta certeza, o centro universitário iniciou um intercâmbio sobre processos didático-pedagógicos com instituições lassalistas e universidades católicas no sentido de ampliar o uso das chamadas metodologias ativas para a formação dos alunos.  

Essa aprendizagem, no qual o aluno é protagonista, funciona assim: em Engenharia, por exemplo, o discente tem contato com cálculo, legislação e estruturas, mas muitas vezes só vê uma aplicação conjunta dessas teorias lá na frente, no mercado de trabalho. Seguindo as metodologias ativas, o aluno estuda a teoria, tem aulas e recebe um problema para solucionar (a construção de uma ponte, por exemplo) ou uma pesquisa a desenvolver. Ao longo do semestre ele terá que empregar conceitos de todas as disciplinas estudadas, antecipando a prática e evitando, assim, um ensino estanque. O processo já foi tema de videoconferência com o Centro Universitário do Leste de Minas (Unileste). 

Unilasalle-RJ recebe ISECENSA

Neste momento de troca de ideias, foi a vez de conversar com o Instituto Tecnológico e das Ciências Sociais Aplicadas e da Saúde do Centro Educ. N. Srª Auxiliadora (ISECENSA). A vice-diretora, Elizabeth Landim, e a professora Leonara Martins ministraram neste 22 de junho case sobre a reestruturação curricular feita na instituição de Campos dos Goytacazes. Partindo do ciclo básico de suas graduações, o ISECENSA criou disciplinas comuns aos alunos de Engenharia Mecânica e de Produção, por exemplo, conforme relato de Elizabeth:

“Começamos estudando as matrizes curriculares, com o objetivo de ofertar matérias em conjunto visando um maior número de alunos por turma, redução da carga-horária teórica dos cursos e otimização dos recursos. Foi realizada, então, uma análise por cada coordenador do que poderia unir nas matrizes dos demais cursos. Em seguida, foi a vez das reuniões entre as coordenações, para brainstorming das identificações e a divisão por áreas: Exatas, Ciências Sociais Aplicadas, Saúde e Humanas".

  

Entre os ganhos observados depois da mudança, a vice-diretora listou o barateamento do curso para o aluno, a integração dos discentes, a opção da escolha de disciplinas em outros cursos e a possibilidade de levar adiante uma graduação que, em determinado momento, apresenta alguma queda nas matrículas. “Educação Física estava para fechar. Fizemos um trabalho e conseguimos levantar o curso, ele não acabou. Hoje me dá um resultado muito bom. Às vezes pensamos: ‘Arquitetura está com uma demanda enorme’. Mas não posso me ater somente ao meu curso, porque quando ele estiver baixo, a instituição vai conseguir mantê-lo junto ao todo”, exemplificou Elizabeth Landim.

Outra ação implementada no ISECENSA foi a criação de salas de aulas e laboratórios funcionais. Não há salas fixas, e sim um rodízio, com espaços sendo utilizados por todos os discentes. Ao término da explanação, os coordenadores do Unilasalle-RJ puderam fazer perguntas. Elas giraram em torno dos tempos de aula, horários e parceria com professores para evitar engessamento, sugestões para a Pós-graduação e melhor emprego dos ambientes.  

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