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Autor do romance “O Crime de Sylvestre Bonnard”, um retrato da vida em Paris na Revolução Industrial, o francês Anatole France (1844-1924) afirmava que “acreditando nas rosas, as fazemos desabrochar”. A frase guarda no botão da flor característica, cuja amplitude, pode levar a mesma lógica a outros contextos. Acreditar em uma ideia, por exemplo, é prerrogativa para que ela saia do plano da utopia para alcançar o real. O Setor de Ação Comunitária do Unilasalle-RJ sabe bem disso, ainda mais depois de ver, no último semestre, as pétalas do projeto “Desabrochar” começarem a abrir. Parceiros da obra do Centro Social Vicenta Maria, onde vivem as Religiosas de Maria Imaculada, o SEAC tem abraçado crianças e jovens de comunidades carentes do entorno da cidade, a partir do oferecimento das oficinas de inglês, informática e artes, ministradas aos fins de semana pelos graduandos. Não à toa, a casa na Noronha Torrezão foi escolhida para a grande ação natalina do grupo, comandado pela coordenadora Livia Ribeiro.

Depois da festa preparada para o Dia das Crianças no espaço, o dia 10 de dezembro foi escolhido para a distribuição de mais presentes pelos ajudantes do Papai Noel. “Encerrar o ano no ‘Desabrochar’ foi a escolha mais coerente que nós poderíamos fazer tendo em vista ser o nosso projeto com maior tempo de comprometimento e com maior impacto tanto para as crianças quanto para os voluntários”, resume Livia. Em seis meses, a ação somou 20 voluntários do centro universitário, uns com maior envolvimento do que outros. A coordenadora explica: “Alguns abraçaram mais a proposta e já se tornaram referências importantes para eles”. Percebendo os receios surgidos por alguns participantes nos dias passados na Casa das Irmãs, o SEAC decidiu criar uma noite totalmente voltada à formação voluntária. Mesa redonda do seminário realizado em novembro chegou a reunir diferentes perfis com uma “intelectualidade prática” no quesito fazer o bem.  

Para Jean Trindade, de 18 anos, a entrega foi total. Aluno do 3º período de Administração, ele é estagiário da Ação Comunitária e mergulhou de cabeça no projeto. “É inexplicável a sensação de ver as crianças recebendo os presentes, a expressão de felicidade”, avalia Trindade, “As crianças se entrosam nas atividades, quando vamos ver já viramos um só. Eu participava como professor de dança substituto nas aulas e me surpreendi com o apego. Percebendo a falta de alguma aluna, perguntava sobre ela pelo nome para as amigas. Você começa a ter um carinho especial para com cada um”.     

Depoimentos como esse são a alegria da Irmã Suely, responsável pelo Centro Social. Em entrevista ao site do Unilasalle-RJ no mês de outubro, ela comemorou o apoio recebido. “Quando todos os voluntários estão aqui, o dia rende em atividades, as crianças concentram a atenção, se interessam”, disse na época. Este ano, o “Desabrochar” recebeu 55 assistidos, na faixa etária entre os 6 e os 17 anos. Desde 2010 o projeto faz a diferença na vida de diversas famílias, tirando meninas e meninos da situação de risco, com amparo das aulas no tempo livre à matrícula em escolas.              

Livia Ribeiro adianta que para 2017 o objetivo é ter um jardim bem mais florido. “A minha avaliação do projeto é que ele ainda pode ser muito melhor. Falta agora o ‘Desabrochar’ de fato desabrochar, em todo o sentido da palavra. Este primeiro momento foi o de semear a proposta, abarcar voluntários, possibilitar que fizéssemos um trabalho germinante de formiguinha. Entramos no próximo ano com muita esperança do que está por vir”, prevê a coordenadora, completando: “Nós teremos uma reunião no início de fevereiro com os responsáveis e em março já agendamos uma data para a formação dos voluntários”. 

Enquanto ainda não conhecem os novos amigos, os pequenos e os adolescentes do “Desabrochar” curtem as lembranças de um ano cheio de surpresas positivas, coroado com um Natal para lá de especial. Veja nas fotos:

  

 

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