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La Salle. Gandhi. Malala. Eu. Os três primeiros foram grandes líderes, pessoas que, com fé em uma luta específica, se tornaram vozes da educação, da independência, do direito das meninas e mulheres. O “eu”, por sua vez, se refere a futuros agentes transformadores, jovens com todas as características necessárias para fazerem a diferença, travarem caminhadas como os ídolos iniciaram certo dia. Esse é um dos sonhos de Livia Ribeiro, coordenadora do Setor de Ação Comunitária, materializado a cada Encontro de Lideranças Lassalistas Universitárias. No primeiro semestre, o ELLU ocorreu em Itaipu, com direito à presença do reitor, Irmão Jardelino Menegat, blusa contendo os referidos nomes, atividades em grupo e até “Parabéns pra Você”.

Ou é mais apropriado “Cumpleaños feliz, te deseamos a ti”? Na língua materna, seria a versão em espanhol, mas Maria Estela Alcarez Avila veio da Bolívia dominando tão bem o português (seja na escrita, seja na fala), depois de aulas com professoras brasileiras, que não se incomodou em nada com a nossa versão. A intercambista completou 24 anos em solo verde e amarelo no dia 6 de maio, o mesmo do encontro lassalista, e não pensou duas vezes quando recebeu o convite para o ELLU: participaria para guardar ainda mais na memória aquele dia.  

 

“Foi uma experiência de fraternidade”, avalia Estela hoje, já passado o evento, “deram-se pautas para que pudéssemos liderar um grupo do jeito como cada um é. A Ação Comunitária do Unilasalle-RJ me recebeu muito bem, gostaram de mim, me incentivaram a participar. A La Salle da Bolívia está crescendo aos poucos, ainda somos pequenos, não são tantas atividades que nos dão oportunidades como essa”. Catequista em La Paz, a estudante do 5º período de Pedagogia conta serem preocupações constantes a bondade e o testemunho da fé: “Tento sempre dar exemplo, peço a Deus para ser uma pessoa boa, apesar de sujeita aos erros da condição humana”.

Se depender dos novos amigos brasileiros, a avaliação sobre Estela é mais do que positiva. A descontração durante o ELLU foi tamanha que teve até direito à brincadeira com a boliviana. Depois do “Parabéns”, ela ficou com o rosto repleto de glacê do bolo. Essa cena, no entanto, foi uma das últimas da data. Às 9h, o encontro começava, tendo como primeira atividade a dinâmica “Caixa de Pandora”. Cada integrante de trios formados na hora tirava perguntas de uma urna, tendo que responder em seguida. Entre os questionamentos estavam: “Defina Deus. Até onde Ele interfere na sua vida?”, “O que te faz único no mundo?”, “Conte uma experiência na universidade que te marcou de forma positiva”. Em seguida, foi a vez dos membros do SEAC elegeram os líderes mais importantes para si, passando adiante ensinamentos deles em um desafio de adivinhação. Os jovens precisavam acertar de quem era a autoria de cada frase.

Logo a atividade voltaria a ser em grupo. Separados em novos times, os estudantes receberam a missão de montar uma torre de canudos, aprendendo que, sem união, nenhum projeto vinga. No roteiro do ELLU, teria ainda espaço para exibição de vídeos (nos quais o Irmão Jardelino Menegat e um aluno definiam o que é ser lassalista), e uma escrita a muitas mãos. O SEAC levou um pano para os futuros líderes deixaram nele seus recados, voltados aos calouros, aos coordenadores e à instituição. O tecido, agora, pende na parede da Ação Comunitária, passando adiante dizeres como: “Buena instituicion, lindas personas” (Boa instituição, lindas pessoas); “Vocês são fábricas de sonhos de milhares de alunos”; “O maior adversário somos nós mesmos”.

Apesar dos comentários serem anônimos, o geógrafo Bruno Ribeiro Gomes, de 35 anos, revelou ao site do Unilasalle-RJ algumas das mensagens deixadas por ele no dia 6. Entre elas, estão “Parabéns pelo bom trabalho e paciência”, além de “Bom trabalho com os mais carentes”. Gomes é discente do 5º período de História e acredita no voluntariado como o “faça a sua parte” de cada um:

“Creio que se todo profissional dedicasse algumas horas do seu saber e de sua qualificação para o assistencialismo social poderíamos minimizar os muitos e graves problemas sociais que estão à nossa porta e, muitas vezes, não nos damos conta. A redução dos indicadores de pobreza, fome, desemprego, desabrigados, dentre outros não é só um problema do Estado”.  Já sobre o ELLU, Gomes considera de “suma importância” quem entendeu a proposta do encontro, já que quanto mais envolvidos, maiores as chances das atividades atingirem diferentes bairros e famílias, no caminho por uma “ação social mais efetiva”.  

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