Menu

Os desafios para a educação de qualidade, do ensino básico ao superior, foram discutidos na noite da última terça-feira, dia 2, na abertura do Seminário Pedagógico 2016.1. O convidado da primeira conferência, Prof. Dr. Gilberto Garcia, que é presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE), apontou, por cerca de uma hora e meia, os entraves à aprendizagem, como a excessiva burocracia e um entendimento da qualidade ligado a números.

O evento começou em tom descontraído, com Garcia citando os três fenômenos que sempre surpreenderam os estrangeiros: a flor de maracujá, indício para os portugueses de que aqui poderia ser o paraíso, o pé de jabuticaba, obra invertida do símbolo anterior, e o sistema brasileiro de educação: “Até hoje ninguém consegue entender. Só no Brasil podia ter surgido um sistema tão complexo, com tantos atores que se retroalimentam. Hoje pesa, pelo menos sobre a educação superior, duas mil regras do cruzamento de todos os decretos, leis, portarias, resoluções, instruções normativas e normas técnicas. Essa é a nossa jabuticaba”.    

Somada a essa estrutura, o teor assumido pela qualidade atualmente é um dos grandes obstáculos a serem vencidos, segundo o professor. Ela, que já foi adquirir disposição para imitar o mestre, na Idade Média, e o direito ao conhecimento, na Modernidade, no mundo contemporâneo pode ser entendida como o ato de “responder às expectativas de avaliação que os instrumentos estão prevendo”.

“Em outros países a qualidade já passou desta fase e vai muito pela acreditação, por exemplo o reconhecimento social da instituição, onde os egressos estão atuando na sociedade, a internacionalização da instituição, o reconhecimento público, qual o grau de produção científica para a sociedade”, explicou Garcia.

Ao término de sua fala, o presidente do CNE elogiou o Unilasalle-RJ, por ele vir de uma tradição em método educativo anterior à atual realidade e deixou um recado: “Tenham musculatura o bastante para não simplesmente responder aos instrumentos de avaliação naquilo que possa dar pontuação para as escolas ou as universidades”. Reitor da faculdade, o Irmão Jardelino Menegat encerrou a palestra agradecendo “a qualidade da exposição, e por nos provocar a não fazer o mínimo”. 

Entre em Contato