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    No Brasil são registrados cerca de 12 mil suicídios por ano, segundo o site Setembro Amarelo, sendo que por volta de 98% estão relacionados ao adoecimento mental: depressão, transtorno bipolar e abuso de álcool e outras drogas. setembroamarelo.com
    Cercado de mitos e informações equivocadas, o suicídio tornou-se uma sombra em nossa sociedade, como se falar sobre ele fosse aumentar o número de casos.
    Porém, ao contrário do que se pensa, quanto mais as pessoas estiverem informadas sobre os sinais que precedem a tentativa de suicídio, a melhor condução nesses casos e combaterem as informações falsas, mais vidas poderemos preservar.


MITOS SOBRE O SUICÍDIO:

Quem fala que quer se matar está querendo só chamar a atenção.
MITO. Pesquisas indicam que pessoas que tentaram suicídio ou que o cometeram, avisaram de diversas formas, direta ou indiretamente.

Quando uma pessoa com depressão começa a melhorar, diminui o risco de suicídio.
MITO.
Uma pessoa com depressão, com ou sem tratamento, apresenta dias melhores e dias piores. O fato de alguns dias a pessoa ter apresentado uma aparente melhora não quer dizer que os pensamentos suicidas tenham passado nem que o risco tenha diminuído. Muitos familiares de pessoas que cometeram suicídio em decorrência de depressão ou transtorno relatam que a pessoa aparentava estar melhor.

Quem quer se matar, se mata. Não há nada que possamos fazer.
MITO.
Pessoas que superaram a ideação suicida relatam que a sensação era de falta de controle e falta de opção. Portanto, podemos e devemos conduzir adequadamente para evitar que a pessoa em situação de intenso sofrimento venha a concretizar seu desejo de desistir.

A pessoa que comete suicídio é egoísta e covarde
MITO.
Você já sofreu tanto que a única forma de acabar com o sofrimento é acabando com a própria vida¿ Pois é assim que o suicida se sente. Por tanto, não é covardia nem egoísmo, é puro sofrimento em sua maior intensidade.


SINAIS E RISCO DE SUICÍDIO:

    O principal indicador de risco de suicídio é a presença de uma dessas três condições de adoecimento: depressão, transtorno bipolar e abuso de álcool e outras drogas, sucessivamente.   

    Além do adoecimento mental, outros indicadores devem ser levados em conta: histórico familiar de suicídio, tentativas anteriores, desesperança e desespero, perdas recentes significativas, impulsividade, idade entre 15 e 30 anos, isolamento social, ideias e planos de suicídio. O risco aumenta quando há a combinação de dois ou mais fatores. Por exemplo: transtorno bipolar, perda recente significativa e abuso de álcool. 

    Quanto aos sinais, sempre devemos ficar atentos com falas como: “Eu não aguento mais”, “Meus pais ficarão melhor sem mim”, “Sou um peso para as pessoas”, “Nada mais vale a pena”, “As vezes eu penso em desistir”. Quanto ao comportamento, mudanças radicais devem sempre ser consideradas como indicador de algo que merece ser avaliados: queda no rendimento escolar, isolamento, descuido com a higiene pessoal, impulsividade (passa a fazer as coisas sem pensar), entre outros.


O QUE FAZER QUANDO ALGUÉM PRÓXIMO A MIM APRESENTA ESSES SINAIS?

Nunca despreze!
Não adianta usar frases de efeito e considerar que o que falta é força de vontade. Dizer: “O dia está lindo”, “Você tem tudo para ser feliz, não entendo porque está reclamando”, “Dê valor para o qu/e você tem”, “Pense positivo”, são frases que fazem a pessoa se sentir ainda mais culpada. Ela não consegue, sozinha, pensar e sentir de forma diferente.

Leve-a a um profissional
Marque e a acompanhe a um psicólogo ou psiquiatra. Não queira que ela faça isso sozinha. Não vai acontecer. Ela precisa que alguém tome a iniciativa, marque e a acompanhe nos primeiros atendimentos.

Escute-a
Escute mais do que fala. Escutando você poderá avaliar os sinais de risco e ver se eles estão presentes. Escute ativamente, de forma respeitosa e acolhedora. Não julgue. Com toda a certeza foi muito difícil para ela contar o que está acontecendo. Respeite. Não compare: “Eu já passei por coisa pior”, “Fulano passou pela mesma coisa e hoje está bem”. “Tem gente passando por situação muito mais difícil que a sua”.

Procure os pais ou responsáveis se for menor de idade
Tem certas horas que o mais importante é proteger. Se for uma criança ou adolescente, procure os pais e informe-os de que algo não vai bem.


Leticia Passos de Melo
Psicóloga 
CRP 08/07703


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