Menu

De que forma a ciência e a tecnologia podem contribuir para a redução das desigualdades? As muitas possibilidades de resposta para esse questionamento permearam a 14ª edição da Semana Científica da Universidade La Salle, a Sefic. Já na palestra de abertura, o recado foi claro: a pesquisa tem que ser pensada para alcançar a sociedade. O evento que aconteceu na noite da terça-feira, dia 23/10, lotou o Salão de Atos e contou com a saudação do Reitor da Instituição, Prof. Dr. Paulo Fossatti, fsc. Na ocasião, o Reitor afirmou que a Sefic é a oportunidade de materializar a ideia de inovação, de pensar fora da caixa: “A ciência e a tecnologia sozinhas não reduzem a desigualdade, mas nós, com nossa inquietação, sim”. A Diretora de Pesquisa e Pós-graduação, Profª Dra. Patrícia Kayser Mangan, reiterou essa ideia: “A pesquisa tem que resolver problemas já existentes na sociedade e não problemas que nós mesmos inventamos”. Ela ainda parabenizou a comissão organizadora do evento por conseguir montar uma programação que comtempla todos os níveis de estudo, do ensino médio ao doutorado.

Os palestrantes da noite foram os professores da própria universidade, Cleusa Maria Gomes Graebin e Saulo Padoin Chielle que fizeram um recorte do tema geral da Semana e falaram sobre inovação e inclusão social. Eles iniciaram com dados que mostram que no Brasil a desigualdade é diretamente associada à disparidade de renda, mas ela não está sozinha. “Há um abismo de acesso às oportunidades e de quem consegue acessar essas oportunidades. Além disso, temos a desigualdade de gênero e de raça”, ressaltou Cleusa. Saulo destacou a importância da inovação para destruir concepções retrógradas e dar lugar a novas ideias que contribuam efetivamente para problemas reais.

“O desafio está lançado. Sejam inquietos, disruptivos, aqui na Universidade e, principalmente, lá fora onde as pessoas estão esperando transformações para a nossa sociedade. Ajudem a diminuir esses abismos sociais com ideias novas e carregadas de propósitos”, finalizou Cleusa. Diferentes formatos para debater essas ideias é o que não faltam na Sefic. Além da já tradicional Feira e Mostra de Iniciação Científica, essa edição contou ainda com a quarta edição do Consórcio Doutoral, a nona Mostec Social e o segundo Encontro de Práticas Pedagógicas na Educação Básica, além de diversas Atividades Integradas de Extensão.

 

A pesquisa na prática e disponível ao olhar de todos

 

O exemplo mais prático e palpável de que a pesquisa pode e deve sair dos papeis foi apresentado também no evento de abertura da Sefic quando as cortinas do palco foram descerradas e revelaram múltiplas cores cheias de significado. O quadro intitulado Carisma é um grafite feito pelo artista Jackson Brum e idealizado pela mestranda do PPG em Memórias Sociais e Bens Culturais, Carina Falcão Matteu. A obra que revitaliza a tradição Lassalista através de uma manifestação artística é resultado da pesquisa de mestrado que tem como objetivo levar à comunidade, principalmente aos jovens, os fundamentos de São João Batista de La Salle.

A mestranda conta que foi fácil definir o tema pois tratava-se da união de duas paixões: os grafites e a comunidade lassalista. “O difícil foi conseguir separar a Carina lassalista, da Carina pesquisadora para que eu pudesse, de fato, construir uma pesquisa sólida e bem embasada”, conta a graduada em Letras e orientanda da professora Lucia Regina Lucas da Rosa com a co-orientação do Prof. Lucas Graeff.

Ela conta que a pesquisa surgiu de uma inquietação ao perceber que as imagens de La Salle são todas muito tradicionais, remetendo a um educador do século XVII. “Os jovens têm muita dificuldade em se conectar com a tradição, por isso, a ideia é dar uma cara nova sem perder a essência lassalista, mas criando uma conexão com os jovens”, destaca. 

O grafite surgiu como uma produção que aproxima arte e cotidiano, a mestranda considera que o grafite tem a capacidade de provocar no observador um pensamento mais crítico e conta estar muito contente em deixar sua marca na história da Rede La Salle. “Poder contribuir dessa maneira para que a tradição lassalista seja vista com essa nova cara me deixa ainda mais feliz. É como se neste momento meu trabalho servisse para mostrar ao mundo que La Salle é diversidade, é amor, é carisma”.

 

Feira de Mostra Científica permite interação entre pesquisadores e público

 

A já tradicional feira de mostra científica foi renovada nesta edição, ocupando um novo espaço no campus. Quase 200 pôsteres deram vida ao pátio em frente à Biblioteca. Quase 200 temas diferentes e autores sedentos por compartilhar seus conhecimentos. A metade deles também realizou a comunicação oral de seus trabalhos para uma banca de professores avaliadores. A formanda de Química, Francis Rose da Silva, decidiu inscrever o trabalho, tema de seu TCC por entender que estava alinhado a proposta deste ano da semana científica: a de colocar a pesquisa a favor da redução de uma desigualdade. 

Ao tratar sobre educação em química para cegos, a acadêmica propôs o uso de materiais como e.v.a, colas relevo e isopor para montar gráficos que representam as reações químicas, tornando possível o entendimento para quem não enxerga. “Como futura educadora, tenho que me preocupar com as minorias para que todos possam frequentar uma sala de aula regular e receber o mesmo conteúdo. Na prática, nas escolas, as pessoas com diferentes deficiências acabam sendo deslocadas se não existirem projetos de inclusão, como este”.

O compromisso de Francis é um dos exemplos de tantas ideias que surgem na Universidade mas que estão prontas para atender as necessidades reais da sociedade. Quer viver isso e muito mais aqui na Universidade La Salle? Então conheça os cursos disponíveis e saiba o que é a prova show de acontece no dia 24/11 no site.

 

 

Quer conferir as imagens de tudo o que rolou ao longo da semana? Acesse o Flickr.

 

Entre em Contato