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De repente, o chão parecia um grande labirinto, em que você precisa ajudar um personagem a chegar do outro lado, traçando o caminho correto que ele deve percorrer dentre uma diversidade de opções. Mas não se tratava de passatempo, pelo menos não mais para os alunos de Ensino Médio naquela manhã de sábado. Para muitos deles, programar pode ter começado como distração, mas logo virou coisa séria, como uma competição a nível nacional. O primeiro passo é ser selecionado na etapa regional da Olimpíada Brasileira de Robótica e foi isso que reuniu 39 equipes, de no mínimo dois integrantes e no máximo quatro, no Unilasalle-RJ. Divididos em Ensino Fundamental e Médio os estudantes de Niterói passaram 11 horas no centro universitário participando de três rodadas com seus robôs, até a final.

 

Coube aos discentes do curso de Sistemas de Informação montar as estruturas para as provas, assim como ficar a postos como fiscais a cada performance, auxiliando na organização, sob o comando da coordenadora Márcia Sadok. A instituição, por sinal, abriu suas portas bem antes da competição, com sala do Centro Tecnológico sendo usada para treinamento de alunos do Colégio Pedro II. Veio da escola o primeiro e segundo colocados no “Nível 2” da Olimpíada, abrangendo estudantes secundaristas.

 

Enzo Ribeiro, Gabrielly Montenegro e Marco Antônio Mendes formavam a equipe “Robot Universe” que, com 400 pontos, garantiu o título da sua categoria. Eles têm entre 16 e 17 anos, mas o sabor da vitória, apesar da pouca idade, não é uma novidade para o trio. Juntos, eles construíram um drone, levado para Minas Gerais, como explica Ribeiro: “Foi um projeto que fizemos no Pedro II da Tijuca. Compramos as peças e montamos do zero, quebramos várias vezes testando, mas conseguimos e fomos participar do Fórmula Drone, em Itajubá. Ficamos em 4º lugar no campeonato”.   

Foram várias rodadas até o anúncio da colocação e, em uma delas, a criação quase pegou fogo. Um susto, logo superado com os alunos dando a volta por cima. “Não sabíamos quase nada, fomos na cara e na coragem. Para treinar precisávamos ir para a Tijuca, foi complicado, pois moramos em Niterói. Chegando lá conseguimos o 4º lugar competindo com técnicos em informática, em eletrônica, sendo nós apenas estudantes”, completa Gabrielly, que apesar de estar envolvida nas competições pretende cursar Medicina, objetivo que a faz dividir seu tempo no 3º ano do EM.  

Especificamente com robôs, Mendes compartilhou outra bagagem com o site do Unilasalle-RJ. Em 2016 ele fez parte do grupo do Pedro II que participou da Olimpíada Internacional de Matemática, realizada entre 17 e 20 de novembro de 2016, na Índia. “Montamos um robô bem rápido, de fácil interação e conseguimos o 3º lugar dentre 70 equipes de diversos países”, contou o estudante, “Todos estudantes de Ensino Médio. Saímos com trofeu do 22nd International Competition for Science, Mathematics, Mental Ability and Electronics (QUANTA 2016)”.

Na regional da Olimpíada Brasileira de Robótica, no entanto, ao invés de velocidade, a busca era pela programação perfeita, resultando no percurso de circuito pelos robôs, com direito a desvio de obstáculos. Outro desafio tirado de letra pelos três amigos, um orgulho e tanto para Márcio Nasser Medina. O professor de Física do Pedro II, tem 41 anos, e coordena o grupo de … secundaristas interessados na robótica durante as horas vagas, entre os estudos em sala e em casa para o vestibular.

Medina aponta diversos benefícios para este ensino ainda na escola, como a possibilidade de os alunos terem contato com artigos e participarem de bancas, além do estímulo à igualdade, já que “não tem diferença entre classe social ou sexo. Todos têm acesso, basta ter o interesse em ficar no colégio e participar das reuniões semanais”. “O legal da robótica é que, ao contrário da sala de aula, não há um livro responsável por orientar um conteúdo a ser memorado. Na robótica a gente não sabe a surpresa que nos espera na pista de competição, e você tem a segunda e a terceira chances para acertar”, conclui. 

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