Menu

Ansiedade, depressão, síndrome do pânico, surto, estresse. Os vilões do século XXI e o impacto deles nos educadores puderam se tornar mais conhecidos na última quinta-feira, dia 4, na palestra que encerrou provisoriamente o Seminário Pedagógico 2016.1. Desta vez, subiu ao palco o psicanalista e professor Lenilson Ferreira, convidado pelo vice-reitor e pró-reitor acadêmico, Prof. Ronaldo Curi Gismondi. Antes do início da exposição, Gismondi lembrou que o seminário se desdobrará em dois outros momentos ao longo do semestre.

Com o nome “Saúde emocional do professor”, o evento foi marcado por vários momentos de descontração, sem o abandono da seriedade do tema. “Há cerca de quatro anos eu percebi que estava sendo procurado por professores de todos os níveis da educação brasileira com uma queixa que tinha um quadro sintomatologicamente muito parecido. Eram pessoas que já tinham ou estavam em processo de ficar em exaustão, física e emocional”, contou Ferreira.

Apresentando dados da Federação Mundial para Saúde Mental, o professor comparou a situação vivida no país com a realidade do exterior, onde o adoecimento dos professores também é constante. Apesar da semelhança, enquanto na média internacional o docente consegue empregar 79% de seu tempo no ensino, no Brasil esse índice é de 67%. O percentual significa que a cada cinco minutos de aula aqui o professor gasta um deles pedindo silêncio ou fazendo intervenções parecidas.  

“Quer um exemplo concreto disso?”, inquiriu o palestrante, “Coloque uma barra de sabão na sua pia e deixe uma goteira pingando a noite toda. De manhã está ali um buraco. É assim que fica a mente do professor que não tem um suporte necessário. Por isso a tendência no mundo hoje é prevenir para que o professor não adoeça”.   

Para isso, além de sugerir que o docente “encha o saco do coordenador, compartilhando suas inquietações”, o psicanalista apresentou um decálogo de sua autoria. Na lista dos passos, que incluem itens como evitar o uso excessivo de tecnologia, dormir bem e aprender algo novo, está a sugestão “Exerça o sentido espiritual”: “Freud, que era ateu, já dizia isso. A primeira terapia que surgiu e estamos aperfeiçoando até hoje é a oração, pois ela leva a um momento transcendental”.

Durante a resposta de perguntas, Ferreira ainda apresentou dicas para os professores reconhecerem alunos que possam vir a desenvolver uma depressão na idade adulta e falou em como reduzir o uso de celular em sala. Para o Irmão Jardelino Menegat, a palestra ajudou no entendimento de que é preciso olhar para dentro de si. “Uma das maneiras de fazer isso é exercitar a escuta e não somente a do ouvido. A escuta dos outros sentidos me parece que foi o apelo que eu senti esta noite”, disse.

O reitor do Unilasalle-RJ ainda ressaltou a importância da espiritualidade, abordada pelo psicanalista: “Li em uma pesquisa recente que 75% das pessoas que vão aos consultórios gostariam de ouvir do médico algo da espiritualidade, o que apenas 15% fazem. Os nossos alunos esperam de nós também algo espiritual, que é muito mais do que confissão religiosa e oração. É algo que sai lá de dentro, são valores, princípios”.

Após o evento, o Prof. Dr. Lenilson Ferreira fez uma sessão de autógrafos para os interessados em comprar duas de suas obras.

Entre em Contato