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“Frei Beto em um dos encontros nacionais de fé e política, ao falar sobre Direitos Humanos, nos faz pensar. Direito a comida, moradia segura, direito a se proteger da fome e do frio não deviam nem ser considerados Direitos Humanos. Isso é direito de todo ser que vive. Direito Humano é mais do que isso: é tudo aquilo que alcança a nossa dimensão humana, que ultrapassa a nossa existência pura e simples como seres animais, mas que vai de encontro ao que temos de mais precioso”. Às palavras de Livia Ribeiro, coordenadora da Ação Comunitária, se seguiram as notas musicais para lembrar do direito à arte, com a apresentação do projeto Aprendiz Música na Escola, da Prefeitura de Niterói. E, assim, teve início a semana voltada para “além do óbvio”, segundo Livia, em tema que “não deve ser pensado como distante de nós”.

A abertura da Semana de Direitos Humanos, no dia 27 de agosto, contou ainda com a presença do vice-reitor e pró-reitor Acadêmico, Ronaldo Curi Gismondi, para quem é uma “necessidade” debater os Direitos Humanos. “Grande parte da solução de situações que vivemos hoje passa por eles. Somos todos os dias agredidos pelas ofensas aos Direitos Humanos, internacionalmente em países conflagrados, no nosso país as guerras entre facções, a situação das pessoas nas cadeias, sob vários aspectos este é um mundo em um momento muito grave. E é preciso debater o amor que todo ser humano deve ter pelo outro”, resumiu Gismondi.

 

Confira abaixo o resumo de cada um dos três dias de evento, pelo olhar de Lara Bernardo, integrante da Ação Comunitária:

Dia 27 de agosto

Mesa 1: Refugiados e Direitos Humanos no Brasil

A primeira mesa teve início às 19 horas, com a participação dos palestrantes Dra. Denise Salles, M.e. Flávia Rodrigues, Lara Olej, Charley Kongo e Fernanda Nanci, como mediadora. Foram 185 ouvintes inscritos. Denise Salles apresentou a pesquisa que desenvolve sobre o tema e motiva grupo de pesquisa na instituição, assim como o fez Flávia Rodrigues ao compartilhar dados e análises sociais com relação ao aumento de refugiados no Brasil, em especial venezuelanos. Lara Olej, por sua vez, dividiu sua fala em duas partes. Na primeira, tratou do trabalho da Cáritas ao acolher refugiados que recorrem à instituição; na segunda, exibiu quadro de trabalho escravo de refugiados, realidade que muitos enfrentam ao chegar no país. Charley Kongo, por sua vez, trouxe ao debate a perspectiva de seu lugar de fala, enquanto refugiado da República Democrática do Congo no Brasil há dez anos. O professor de francês fez um relato sobre sua vivência, viagem e acolhimento, sensibilizando o público. Além das dificuldades encontradas no Brasil, relatou o cenário de guerra em seu país de origem, a fim de explicar os motivos para solicitar refúgio.  

 

Dia 28 de agosto

Mesa 2: Direito à Cidade: uma visão da teoria e da prática no município de Niterói

A segunda mesa de debates contou com a participação dos palestrantes M.e. Mariana Ribeiro, M.e. Diego Ramos, M.e. Antônio Barragan, e M.e. Diego Caetano, como mediador. Estiveram presentes 173 ouvintes inscritos, entre às 18h30min e às 20h10min. Durante os quinze minutos de exposição, Mariana Ribeiro se deteve a questões relativos ao Direito, a partir da pesquisa que desenvolve. Diego Ramos, por sua vez, teve como foco a Arquitetura. O professor citou as revoltas urbanas como exemplo de ocupação e reorganização dos espaços da cidade. A última fala da mesa foi de Antônio Barragan, que discorreu sobre grupo do qual faz parte, voltado a pensar e realizar mudanças na cidade de Niterói, garantindo o Direito à Cidade.

Mesa 3: Violência contra a mulher: uma dor silenciada

A terceira mesa ocorreu ainda no dia 28. Com início às 20h20min, reuniu Andrea Machado, Marina Boldt, M.e. Kênnya Passos, e M.e. Flávia Maia, como mediadora. Assim como na anterior, cada palestrante contou com cerca de 15 minutos de fala, seguidos de perguntas feitas por alguns dos 177 ouvintes inscritos. Andrea Machado divulgou as leis de apoio à mulher, dados estatísticos e algumas iniciativas desenvolvidas pela Secretaria da Mulher da cidade de São Gonçalo. Kênnya Passos completou os dados de Andrea, apontando ainda a importância dos estudos de gênero e das lutas de igualdade das mulheres. Marina Boldt iniciou sua explanação em dinâmica com as mulheres presentes. Cada uma leu uma frase sobre exemplos de abusos, seguidas por uma explicação sobre os tipos de violência contra a mulher. Logo após, a palestrante fez um relato sobre sua experiência em um relacionamento abusivo, que comoveu os presentes. Ao término do debate, muitas mulheres permaneceram no auditório e testemunharam casos de violência sofridos.

 

 

Dia 29 de agosto

Mesa 4: Educação e Direitos Humanos

A última mesa da Semana de Direitos Humanos, de tema “Educação e Direitos Humanos”, teve início às 18h50min, contando com a participação de M.e. Lara Sayão, Dr. Marcelo Mocarzel, Lívia Braga, Phellipe Patrizi e Lara Bernardo, como mediadora. Foram 59 ouvintes inscritos. Lara Sayão iniciou as falas com uma reflexão filosófica sobre o feio e o belo. Em seguida, apresentou o projeto “Olimpíadas de Filosofia”, que é desenvolvido por escolas públicas e particulares do estado do Rio de Janeiro e a cada ano acontece em uma cidade. A mestre exibiu, por fim, dois curtas que abordam a temática da mesa, produzidos por alunos das Olimpíadas. Livia Ribeiro baseou seu dizer na relação entre Educação, Direitos Humanos e o projeto Escola Sem Partido, apresentado enquanto negligência aos direitos. Sua fala expôs ainda projetos de voluntariado e vida desenvolvidos com alunos de ensino básico e superior. Phellipe Patrizi optou pela abordagem do Ensino de História Cultural Africana e Indígena como fundamentais para a garantia de Direitos Humanos dessas populações. Tratou do acolhimento de alunos que pertencem a essas matrizes e, por vezes, se sentem deslocados ou sofrem preconceitos raciais e religiosos. Marcelo Mocarzel encerrou as participações discorrendo sobre a relação proposta na mesa a partir da perspectiva enquanto gestor educacional no Colégio Maia Vinagre.

A Semana de Direitos Humanos teve sua despedida no dia 30 de agosto, com a Santa Missa celebrada pelo vigário episcopal da Arquidiocese de Niterói, Pe. Carmine Pascal. A celebração contou com banda, sob o comando de Rômulo Almeida, participação de três seminaristas que fazem estágio na Pastoral Universitária Arquidiocesana (Ronam, Higor e Hugo), e apoio dos membros do Setor de Ação Comunitária do Unilasalle. Antônio Lucena realizou a primeira leitura; Lara Bernardo (também representando a Pastoral Universitária), o Salmo; e Ana Flávia, as preces. Relembre as leituras e a homilia em matéria sobre a Acolhida 2018.2.

                   

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Por Luiza Gould

Fotos de Camila Reis e João Loureiro

Ascom Unilasalle-RJ

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