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No dia 30 de agosto, o Unilasalle-RJ recebeu parte do grupo que dá vida ao projeto “Escritores ao Ar Livro”. Em uma noite onde a palavra ganhou prestígio, Angelina Accetta, coordenadora do Núcleo de Arte e Cultura, deu as boas-vindas aos autores e explicou a importância que o projeto possui. “A história do grupo ‘Escritores ao Ar Livro’ traz na convivência com os poemas o despertar da palavra, o despertar do imaginário, esse imaginário que move a ciência, e dessa forma os escritores que celebram a criação e a vida estão aqui hoje, para podermos refletir sobre essas travessias, essas buscas de criação, de sentido”, poetizou Angelina.

O Irmão Jardelino Menegat também esteve presente para dar sua honrosa palavra. Ao final de seu discurso, ele citou sete características que coincidiram com o número de escritores que estavam na Varanda Cultural, representando todos os mais de 50 que o projeto possui. Entre uma das características, Menegat citou a capacidade que os escritores têm de ajudar a transformar o mundo: “Se não o mudam, fazem com que as pessoas vejam o mundo com outros olhos”.

Sávio Soares, de 92 anos, membro mais experiente do projeto, contou que o importante é mostrar o quanto o movimento é simples e atrai pessoas de várias idades, principalmente jovens autores. “Possibilitamos o aparecimento de escritores novos, gente que não sabia que teria uma oportunidade. Aparecem pessoas dizendo que não imaginavam o quanto seria fácil, pois nós auxiliamos eles a publicarem livros“, explica Soares.

Em meio a tantos escritores, estavam também alunos. A turma de 4° período do curso de Pedagogia prestigiou o evento. Os discentes tiveram a oportunidade de tirar fotos com os autores, adquirir livros e, principalmente, experiência.

Todos os escritores discursaram explicando sua trajetória não só no “Escritores ao Ar Livro”, como também na vida. Um dos casos interessantes é o de Robert Preis, que veio da Alemanha para o Brasil em 1963, para lecionar. Porém, no ano seguinte foi informado de que, como alemão, não poderia dar aulas, pois só possuía diplomas do país natal. Ainda não existia um acordo cultural entre Alemanha e Brasil, um dos resquícios do período de guerra. Preis, então, revalidou o curso secundário, fez vestibular, ingressou no curso de História, e especializou-se com pós-graduação e doutorado em Letras. Hoje, fazendo parte do grupo, ele escreve poemas, a maioria deles contendo críticas sociais.

Um dos poemas, citados por ele na hora, descreve a atual situação de algumas cidades do Brasil:

Nem que ti, que te quero

Uma cidade invicta

                                     

Incendiaram a nossa querida cidade

Com sua titulação orgulhosa e bela

Mas para mim, já está derrotada

Qualquer cidade com uma favela.

 

Não adianta também substituir a favela

Pelo honroso título “comunidade”

Pois isso não livra a cidade

Desta grande calamidade

Só com a ajuda de todos os cidadãos

É alcançável o título tão invejável.

  

 

  

 

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