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Ir além, diria Ellen Key (1851 – 1926) nas entrelinhas da frase que mais saía como grito de guerra da garganta: “As mulheres não devem se contentar em seguir o progresso geral da humanidade, mas em seguir seu próprio desenvolvimento”. A independência feminina pregada pela escritora sueca esteve em cada passo da receita e o que saiu do forno acabou se revelando melhor do que a encomenda, como provam Ana Karla Ribeiro e Antonia Albuquerque, duas alunas da Oficina de Confeitaria para Mulheres. A primeira edição do projeto, cujo objetivo é ajudar mulheres de baixa renda a alcançar o empoderamento através dos doces, teve sua conclusão na última sexta-feira, dia 7.

Tanto uma quanto outra personagem desta história já faziam bolos para fora antes das aulas de Marcela Demori, mas se surpreenderam com o que conseguiram extrair da oficina. Ana Karla, de 35 anos, fala em “salto de dez andares” para qualificar a experiência: “Conforme ia fazendo os pratos, fotografava e postava no Facebook. E assim foram rocambole, naked cake, pão de mel. A procura aumentou muito. Os clientes vêm na minha porta pedir tortas. Já pude ficar um tempo sustentando a casa só com este rendimento”.

Com quatro filhos em casa, as lições passadas na cozinha do Unilasalle-RJ serviram também para unir a família. “Além de adorarem comer, eles me ajudam na venda”, diz Ana lembrando ainda da melhora em sua autoestima. Por sofrer de hérnia de disco, ela foi recomendada pelos médicos a passar boa parte do tempo sem ir para a rua, o que se tornou uma frustração. “Agora mesmo em casa não paro. No próximo domingo tenho que entregar encomendas para festa de 1 ano”.

Seja criança ou adulto, não há quem não goste de um bom doce. O caráter universal, ressaltado por Antonia, de 43 anos, é o ingrediente por trás do negócio dos sonhos. “Eu já trabalho com bolos, mas fazendo um curso como este a visão se torna muito mais ampla. São opções de recheio, por exemplo, totalmente novas para mim e as aulas são didáticas”, conta a aluna, “Pudemos aprender também receitas simples, mas que nem todas conheciam. No meu caso foi palha italiana”.

Entre os elogios de Antonia, o nome de Marcela é citado mais de uma vez. Egressa do curso de Relações Internacionais e pós-graduanda em gastronomia pelo Unilasalle-RJ, a professora da oficina decidiu dar aulas gratuitamente, passando o que aprendeu também na prática, com a sua empresa Amélie Chocolatier. "Fiquei muito contente em participar deste projeto. Foi uma experiência gratificante, pois sinto que contribui para o crescimento profissional dessas mulheres e aprendi muito com as histórias de cada uma delas. Não vejo a hora de novos projetos se concretizarem!", afirma a doceira de mão cheia. Outra a entrar na empreitada foi Aleksandra Bartsch, discente do curso de Administração do centro universitário. Em uma das aulas ela falou sobre empreendedorismo. A teoria foi colocada à prova na Feira Gastronômica, onde o grupo de meninas teve direito a um estande.   

A Oficina de Confeitaria para Mulheres foi uma iniciativa do curso de RI e do Setor de Ação Comunitária, apadrinhada pelo projeto Mundo Pares. E se a solidariedade foi o fermento, já estamos vendo crescer no forno nova massa. Para setembro/outubro a 2ª oficina deve sair do papel. Acompanhe pelo nosso site!        

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