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Piso tátil, portas largas, rampas de acesso, calçadas regulares. Essas são algumas das opções para que as pessoas com deficiência tenham mais mobilidade e acessibilidade a ambientes comuns, sejam eles dentro de suas casas, em ambientes de trabalho e estudo, ou até mesmo em vias urbanas. Nesse contexto, a coordenação de Arquitetura e a Reitoria desenvolveram a “Prática de observação e vivência”, através da metodologia ativa, em uma atividade que fez parte da disciplina “Ateliê Integrado II – Acessibilidade e Design Universal” ministrada pela professora Estela Maris de Souza.

 

Nos dias 19 e 20 de setembro, os alunos do 2º período tinham como proposta vivenciar as situações do mundo real que as pessoas com deficiência possuem. O vice-reitor e pró-reitor acadêmico, Ronaldo Curi Gismondi comandou a atividade, e contou um pouco ao site do Unilasalle-RJ sobre o que os alunos deveriam obter ao final da prática: “Essa aula é para que eles sintam efetivamente a dificuldade no acesso, na mobilidade, e observem o quanto os ambientes que existem, na sua maioria, ainda são muito inapropriados para permitir a plena acessibilidade da pessoa com deficiência”.

Curi, com formação em Medicina, mestrado e doutorado em Engenharia Biomédica, salientou ainda a importância de os alunos entenderem que a acessibilidade não deve ter “o objetivo de adaptação dos deficientes aos espaços”. “Devemos nos atentar para o Design Universal, e ter uma consciência com o intuito de seguir normas nacionais e internacionais para o planejamento de construções que atendam a todos, sejam portadores ou não de alguma deficiência, até porque temos o idoso, a gestante, a mãe com uma criança de colo, ou seja, não será apenas colocando uma rampa de acesso que estaremos auxiliando essas pessoas”, frisou.

Confirmando as palavras de Ronaldo Curi, os alunos Júlia Laurentino, Matheus Bittencourt e Marianna Batista, contaram ao site do Unilasalle-RJ sobre como foi experimentar as dificuldades diárias de uma pessoa sem visão. De olhos vendados, Júlia tinha a missão de ir simular a compra de produto em farmácia, na esquina das ruas Gastão Gonçalves e Paulo César, retornando em seguida para o centro universitário. Para tanto, era auxiliada pelos amigos, atentos ainda a cada dificuldade, anotada em caderno para posterior confecção de relatório. Outros grupos de alunos utilizaram cadeira de rodas, imobilização de uma das pernas muletas, ou peso nas pernas que simulou as dificuldades sofridas por uma pessoa obesa.

“Eu acho essencial que a gente passe por isso, pois iremos projetar espaços para pessoas de todos os tipos, precisamos saber realmente quais são as dificuldades que elas enfrentam no dia a dia”, disse Júlia. Já Matheus, se preocupa com o estado de conservação das opções de acessibilidade nas ruas: “Em alguns casos, o piso tátil não tem condições de ser utilizado, a calçada pode estar quebrada”. Os problemas surgiram ainda diante do fato de nem sempre o chão ser plano, como Júlia pôde constatar com os olhos vendados. “Não tem como saber em que nível nós estamos ou o que é o piso, a rua ou uma pedra. Um deficiente sozinho não consegue diferenciar isso. A arquitetura é uma síntese, devemos sempre pensar e projetar para o ser humano”, comentou a estudante de 20 anos.

 

Para Paula Brasil, coordenadora do curso de Arquitetura, o crucial da atividade é trazer mais humanidade aos futuros arquitetos. “É bem significativo pensar que no próximo período esses alunos iniciam a disciplina de Projeto e a nossa expectativa é que eles lembrem do que viveram neste período, tenham mais sensibilidade e projetem de uma maneira diferenciada. Que esse aluno não pense só em estética ou funcionalidade, mas pense na acessibilidade, fazendo diferença na Arquitetura”.

Por: Camila Reis/ Revisão: Luiza Gould

Ascom Unilasalle-RJ

 

 

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