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China. O país com a maior população mundial, quase um quinto de todos os habitantes da Terra. Crescimento econômico exponencial. Rigidez é outra característica. O uso de redes sociais, como o Facebook, é proibido por lá. Talvez estas sejam as informações que vem à mente quando se fala na potência asiática. Guilherme Simões, no entanto, adverte: “Pensar sobre a China pode parecer fácil em um primeiro momento, podemos abordar a cultura, comparar nosso diferente comportamento social, mas isso não é nem a ponta do iceberg que se enfrenta ao tentar decifrar esse lugar. Pois a partir do momento em que se coloca os pés naquele país, esta tarefa muda da água para o vinho (ou para o chá). E foi isso que a viagem me mostrou”. O aluno do 8º período de Direito foi um dos membros da comitiva que integraram o último Programa de Liderança Global (PLG) do Unilasalle-RJ.

Ao todo, cinco discentes de variados cursos e duas professoras de Relações Internacionais embarcaram para a Ásia Oriental. Dos dias 7 a 18 de dezembro, os lassalistas puderam conhecer lugares históricos, como a morada por mais de cinco séculos dos imperadores chineses (Cidade Proibida), a praça na qual um estudante parou tanques e a repressão chocou o mundo em 1989 (Praça da Paz Celestial) e o edifício onde se encontra o corpo do líder comunista responsável por fundar a República Popular da China (Mausoléu de Mao Tsé-Tung). Sem falar na edificação de 8.850 km de extensão, uma das marcas registradas do país, como lembrou Matheus Vieira, no 7º período de Sistemas de Informação: “Visitamos a Grande Muralha da China, é de tirar o fôlego. Localizada próxima a Pequim, mais ou menos uma hora de carro, foi construída em um ponto bem estratégico. Ao andar por ela, é difícil não pensar em toda a história e importância que outrora teve na defesa do império chinês”.

Veja depoimentos de outros alunos:

Grandes companhias também estavam no roteiro, já que o Programa de Liderança Global visa aproximar estudantes de embaixadores, empresários, acadêmicos e jornalistas que atuam no exterior. Petrobrás, Apex Brasil e Vale foram algumas das escolhas, possibilitando aos discentes, segundo Fernanda Nanci, coordenadora adjunta de RI, “conhecer a China a partir da perspectiva de brasileiros que moram, trabalham e estudam no país, cuja cultura, economia, política são muito distintas do Brasil. Além disso, a ida às empresas brasileiras propiciou o aprendizado sobre as relações comerciais entre as duas nações”.

 

 

Julia Figueiredo, atualmente no 3º período de Engenharia de Produção, viu na prática como “a economia se dá pela complementaridade entre os dois países, na qual um exporta produtos predominantemente primários, enquanto o outro fornece itens industrializados em geral, dessa forma firmando uma interdependência”. Se o contato em termos comerciais é intenso, o interpessoal, porém, se mostrou de maiores barreiras: “O choque que eu tive ao viajar à China aconteceu pelo desconhecimento que tinha no que concerne a muitos aspectos do país. Porém isso não é um fato particular e isolado, é da maioria de nós brasileiros, e recíproco aos chineses. A incompreensão é mútua e perceptível. O caminho para a mudança é o estudo genuinamente brasileiro em relação à China, e do contrário o mesmo. Dessa forma, o Programa de Liderança Global tem desempenhado o papel importantíssimo por meio da imersão cultural”. 

Quebrando tabus

As visões desconstruídas da China a partir do PLG passam, para Guilherme Simões, pelo consumismo. Na descrição que faz de Pequim após a experiência, há resquícios que bem poderiam lembrar a potência que já foi arqui-inimiga: os Estados Unidos. “Talvez venha embalado em algum tipo de preconceito, mas não deu para disfarçar a surpresa ao encontrar uma cidade limpa, arborizada, com belíssimas e inacreditáveis construções, acompanhada de carros de luxo até não poder contar mais”, afirmou, “A capital é assim, esse misto de futuro (porém, presente) com cultura milenar, de modernidade com aconchego de tradição, do governo comunista severo e patriota junto de uma nação que vive o capitalismo em sua maior essência”. Se restar dúvidas, Simões ainda recorda de como chegou à outra famosa cidade local:

“O mais inusitado depois de conhecer todo esse poder cultural histórico da China é pegar o trem mais moderno do mundo direto para uma das cidades (se não a cidade) mais modernas do mundo. Viajando confortavelmente apenas 4 horas e 30minutos para uma Nova York ainda mais poderosa e consumista, que é Xangai (ou como aprendi a falar Shang Hai)”.

E o quando o turista vem de mais longe? Eduarda de Oliveira cursa Direito na La Salle de Lucas do Rio Verde, Mato Grosso, e também compartilhou com o site do Unilasalle-RJ como foi “viajar mais de 24 horas para chegar até o outro lado do mundo”. “Foi uma viagem repleta de suspiros de admiração, de mímicas para nos comunicarmos com os nativos, de longas caminhadas, de lugares magníficos, de comidas estranhas, de formigueiros de gente e caracteres chineses para todo o lado, nos fazendo sentir como analfabetos”, resume.

Na opinião de Eduarda, a experiência foi “inesquecível” e, quem sabe, não seja apenas o início de um prolongado contato com o gigante asiático? Afinal, a visita à embaixada brasileira e ao consulado mostraram “diferentes formas de brasileiros ingressarem na China, seja por meio das bolsas universitárias ou também por oportunidades de trabalho”, enquanto nas universidades Peking University, Fudan, Donghua University e também no Chinese Academy of Social Sciences (CASS), os alunos puderam “perceber o grande interesse da China em receber estudantes da América Latina”. A sementinha da especialização do outro lado do mundo parece ter sido plantada nesse grupo de lassalistas.

Por Luiza Gould

Ascom Unilasalle-RJ

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