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A mãe não compreendia. “Como assim, não posso pagar?”, perguntou mais de uma vez. Seu único desejo era poder escolher entre as peças de roupa, o par de sapatos, os acessórios e levar o produto adquirido para casa. Mas como se tratava da Feira da Partilha, o valor buscado era outro. Nos dias 31 de outubro, 1º e 3 de novembro, o Setor de Ação Comunitária do Unilasalle-RJ levou o seu projeto itinerante, que foca na redução do consumo, à Escola La Salle Rio de Janeiro. Funciona assim: diversos objetos ficam expostos e o interessado pode pegar o que gostar, deste que deixe no lugar um bem seu em bom estado, apesar de já meio esquecido no guarda-roupa. Entre uma permuta e outra, os “trocadores” trabalham diversos conceitos, entre eles o de valor.

“O dinheiro não é um valor na feira”, explica Livia Ribeiro, coordenadora do SEAC, “Foi uma experiência completamente nova para nós. Ela insistiu muito para deixar alguma quantia. Estávamos na véspera de um encontro no qual seria bem vindo um recurso a mais, mas queremos mostrar justamente que nem sempre o que você precisa pode ser comprado e isso, inicialmente, pode levar a um choque”. A mãe em questão chegou a oferecer R$20,00, dez vezes o total já cogitado pela Ação Comunitária caso o aspecto monetário fosse levado em consideração. “Se vendêssemos um dia, seria por algo simbólico, R$ 2,00”. 

A recepção dos pais foi tão boa, que no dia em que houve uma demora maior para as trocas começarem, muitos foram na sala do setor, na Galeria La Salle, saber da Feira da Partilha. Por lá também já teve ação, mas anteriormente. Isso porque outra proposta da equipe é o caráter itinerante da empreitada. “Ficar o tempo todo no mesmo lugar pode fazer com que um projeto perca o significado. Se o jardim estiver florido todos os dias, com o passar dos meses você se acostuma, não repara mais na diferença entre uma e outra flor. Às vezes é preciso ficar sem flores, buscá-las em outro ponto, para depois reencontrá-las onde estavam antes. Fora que é uma alegria poder partilhar com a La Salle RJ, alcançar o maior número de pessoas da comunidade lassalista”, conclui Livia.

A Feira da Partilha já passou pelos blocos B e C do Unilasalle-RJ, até chegar à escola. Por enquanto, o espaço de repensar padrões não está mais montado perto da portaria, mas logo logo, ele pode florescer de novo por ali.

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