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O trabalho com moda em eventos empresariais de São Paulo o fez conhecer Ilha Bela, e de lá partiu o interesse por explorar as paisagens para além do olhar de fotógrafo, há dez anos. Aquele insight o fez imergir no que classifica como fototela, na qual o uso de efeitos digitais aproxima suas fotografias de pinturas. As imagens criadas e aprimoradas desde então, após ganharem mostra na Sala de Cultura Leila Diniz, chegam à Galeria La Salle para compor a exposição “Primas”, a partir do próximo dia 18.

Em cartaz estará a oportunidade do contato mais próximo do público com um estilo que pega referências emprestadas de André Disdéri (1819-1889). Na época em que a revelação de fotos era apenas em preto e branco, o francês passou a aplicar cores aos retratos, aproximando-os ainda mais da realidade. Diferentemente de agora, o único material possível para esse fim era a tinta. “Usei a tinta por cima da foto no início, fazendo o que é chamado de fotopintura, mas a curiosidade me fez buscar alternativas, e o Photoshop me proporcionou um recurso possível à interpretação e poética pessoal”, revela, “Experimento uma mistura de técnicas nas fotos, o que torna cada trabalho único. Numa delas, por exemplo, distribuí lápis de cor em um copo, fotografei de cima e coloquei a imaginação para funcionar (foto abaixo, à esquerda)”.

 

A partir dessa liberdade, contextos urbanos, naturezas, marinas e geometrizações aparecem sob variados estilos, ou “diferentes possibilidades da fotografia como expressão do olhar, por isso o nome ‘Prismas’”, nas palavras da coordenadora da Galeria La Salle, Angelina Accetta. “Os resultados passeiam por movimentos da pintura como o impressionismo, o surrealismo, o cubismo, o expressionismo e o fauvismo”, conclui.

 

Renato Neves trará para o caminho cultural do Unilasalle-RJ 38 trabalhos, dos quais quatro são em dimensões maiores (1mx1,5m; 80cmx90cm; 2mx1m,70), uma prova de que mesmo se tratando de fotografias, elas podem ganhar o formato de telas. Essa é uma das dúvidas que o artista pretende esclarecer a partir da próxima quinta-feira. E ele não esconde a expectativa para a inauguração: “Ter a possibilidade de contribuir para a formação da sensibilidade e do conhecimento da comunidade acadêmica é gratificante. A galeria dentro de uma universidade significa a preocupação com a formação integral dos alunos. Com esta década de trabalho, espero contribuir para novos olhares”.

 

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