Menu

“As escolas serão o que forem os seus professores”. Anísio Teixeira (1900-1971) pensou um novo ensino para sua época, com a autonomia do educando, a universalização da escola pública, laica e gratuita, lembrando que parte do mestre a faísca a ser acesa nos alunos. Gilcimara Santos da Silva e Mariana Gonçalves Luz levaram o conselho adiante e, agora, são laureadas pelos trabalhos desenvolvidos em sala de aula. Egressas do curso de Pedagogia, as duas receberam na antiga casa, o Unilasalle-RJ, o Prêmio Professor – Práticas Pedagógicas Diferenciadas, organizado pelo Sindicato das Escolas Particulares do Rio (SINEPE-RJ) e pela AP Educacional. A homenagem está na sua quarta edição, sendo voltada este ano para os cinco melhores projetos, entre escolas privadas e públicas em 61 municípios, relativos à Educação Infantil. A entrega ocorreu no dia 22 de outubro, no Auditório La Salle.

“Brinquedos Cantados”, deu à Mariana (à direita na foto abaixo) a medalha de bronze, enquanto Gilcimara ficou com a prata. As duas lecionam no colégio Catavento Espaço de Educação, Sapê. Em entrevista ao site do Unilasalle-RJ, Gilcimara (à esquerda) explicou o trabalho desenvolvido ao longo do ano junto de crianças na faixa etária dos cinco anos. Ela apresentou aos pequenos as obras de Ruth Rocha e Clarice Lispector. “Desde muito cedo é importante estimular o encantamento com os livros, pois é através deles que muitas competências podem ser desenvolvidas. A literatura permite à criança se expressar, soltar a imaginação e, a partir daí, faz com que construa sua própria leitura do meio”, opina.  

Ruth Rocha passou a escrever inspirada em Monteiro Lobato e se consagrou na literatura infantil a partir de obras como “Marcelo, Martelo, Marmelo” (2011), com mais de um milhão de exemplares vendidos. Já Clarice não é imediatamente conectada ao público infantil quando o nome de uma das maiores expoentes da literatura nacional é citado. A autora é conhecida por textos que mergulham no emaranhado da psique humana. Assim é construída, por exemplo, Macabéa, a datilógrafa alagoana de “A Hora da Estrela” (1977).

“Apesar de ser considerada complexa, o que não desmerece em nada seu talento, Clarice Lispector escreveu obras voltadas ao público infantil e que conseguem despertar o interesse dos pequenos leitores”, explica Gilcimara, “Todas as obras foram apresentadas de forma lúdica, o que acredito que tenha encantado ainda mais as crianças”. Entre as obras da escritora voltadas ao público infantil estão “Mistério do Coelho Pensante” (1967), “A mulher que matou os peixes” (1969), “A vida íntima de Laura” (1974) e “Quase de verdade” (1978).

Pelas atividades desenvolvidas para apresentar as duas personalidades ainda na pré-escola, Gilcimara pôde “voltar ao local em que tudo começou”: “O Unilasalle-RJ é onde a semente foi plantada. Sou feliz demais na minha profissão, só tenho a agradecer a todos que fizeram parte da minha trajetória, minha equipe e meus professores, que nunca deixaram a chama se apagar”.

O primeiro lugar no prêmio do SINEP ficou com Sheila do Nascimento Dassie, da Associação Educacional Miraflores. Seu trabalho “Cidadania” foi coordenado também por uma ex-aluna do centro universitário, Rita de Cássia Cortes. Integraram a mesa de abertura do evento os professores Ana Paula Lanter (Unilasalle-RJ), Alexandre Ventura (Universidade de Aveiro) e Jorge Najjar (UFF). 

Entre em Contato