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“Quase Tudo Quase Nada” exibe faces aparentemente comuns, sem nada de especial. Atrás dos rostos, no entanto, estão escondidas identidades, que, por sua vez, guardam histórias de esperança. Muitos artistas apresentaram seus trabalhos na Galeria La Salle este ano, alguns trazendo obras com passagens por Nova York, Europa; outros, trabalhos criados para a própria Galeria; outros ainda, mostras que rodaram o país. Os artistas da nova exposição do caminho cultural do Unilasalle-RJ, em cartaz a partir de 6 de setembro, no entanto, talvez sejam os mais surpreendentes: alunos de 2º período da Escola La Salle Rio de Janeiro, pré-escola gratuita que atende 102 crianças carentes da cidade. A ideia de explorar a criatividade infantil na criação artística veio do arquiteto Sandro Henrique Silveira.

Professor de desenho técnico nos cursos de Engenharia do Unilasalle-RJ, Silveira desenvolveu com a turma a representação de si mesmo e do outro, através de ilustrações, pinturas, uso do lápis de cor e giz de cera, dando continuidade a um trabalho iniciado em 2000. “O projeto se chama ‘Identidades’ e é uma coletânea de rostos. São faces repetidas, algumas de pessoas reais, mas a maior parte são traços que vão aparecendo para mim. Uma jornalista, de quem fiquei amigo, foi quem reparou a influência da minha profissão de urbanista nas obras, com a preocupação geométrica, e resolvi trabalhar isso”, contou o artista anteriormente ao site do Unilasalle-RJ.

A proposta na La Salle RJ era desenvolver interpretações da obra “Quase tudo, quase nada”, de Silveira, na qual os rostos aparecem em quatro fases, diminuindo de altura e largura até surgir uma única imagem composta por inúmeras ilustrações em 3x4. “Acredito muito no que Lygia Clark dizia através das suas criações: Todos podem ser artistas”, opinou Silveira. As crianças de 4 e 5 anos da escola que o digam! A mostra contará com oito painéis de 1,90 m por 0,80 m, compostos por desenhos em giz pastel e tinta acrílica sobre papel kraft. No mosaico criado, cada painel traz uma coletânea de obras: o primeiro é a apresentação; no segundo e no terceiro temos imagens produzidas pelo artista; o quarto suporte conta com quatro imagens, sendo duas das crianças; no quinto e no sexto são 16 produções cada; a sétima parte é composta por 64 ilustrações, todas dos alunos; já a última é voltada para o público. Cada visitante poderá deixar na exposição a sua identidade.

Ao todo, foram seis encontros com a turma de 2º período, englobando desenho do rosto do colega, de si mesmo, de um rosto desconhecido. Além disso, os próprios alunos receberam uma câmera para gravar imagens/entrevistas feitas de outra criança, na tentativa de descobrir mais sobre a identidade do amigo da turma. Brincando de cineastas, eles quase não perceberam a presença de um de verdade. Ricardo Prego, proprietário da produtora Bogotá Filmes, filmou todo o processo de confecção das obras para documentário a ser exibido no dia da inauguração. A mostra “Quase Tudo Quase Nada” tem o objetivo de fazer “as crianças se sentirem pertencentes a um processo de construção”, e reunirá as famílias de todos os artistas mirins.

EVENTO

Exposição “Quase Tudo Quase Nada”

Inauguração DIA 06/09, QUARTA-FEIRA, ÀS 17H

Permanência

Quando: De 06/09 a 19/09. Segunda a sexta-feira, das 9h às 21h

Onde: Galeria La Salle — Unilasalle-RJ — Rua Gastão Gonçalves, 79, Santa Rosa

Sobre Sandro Henrique Silveira: Arquiteto e artista visual. Boa parte de sua experiência profissional está voltada para o patrimônio e preservação de bens tombados. Trabalhou no Museu de Arte Contemporânea por vinte anos, quando criou o projeto "Caminhos coloridos", direcionado a adolescentes e jovens, alinhando conceitos de artes visuais e arquitetura.

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