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Até o momento 12 milhões e 226 mil pessoas entraram na discussão. A Base Nacional Comum Curricular, que elenca os elementos obrigatórios aos currículos escolares das áreas de Matemática, Linguagens, Ciências da Natureza e Ciências Humanas, pode ser definida em uma palavra: polêmica. A ideia é que se crie um modelo único a ser aplicado a nível nacional para Educação Infantil, Fundamental e Ensino Médio, a partir de 2017, mas se há os que defendem há também críticas. Para falar sobre o tema, o Unilasalle-RJ recebeu na última quarta-feira, dia 6, os palestrantes Ana Maria Monteiro (UFRJ) e Fernando Penna (UFRJ) na aula inaugural de História deste semestre.  

O encontro organizado pela coordenadora do curso, Eloisa Souto, e o professor de História e Relações Internacionais Rodrigo Teixeira, teve o objetivo de dar aos alunos uma visão ampla da BNCC, que também impacta a Ensino Superior. “Essa discussão é importante no âmbito da licenciatura porque a Base afetará os programas dos cursos e, portanto, a formação de vocês”, ressaltou Eloisa na palestra. 

Um ponto em comum no discurso dos dois convidados da noite foi a defesa de que tornar uniforme aspectos da educação em nível nacional poderia ser benéfico, evitando diferenças em termos de aprendizagem (um aluno do Sul saber determinado conteúdo que o do Sudeste na mesma série ainda não aprendeu, por exemplo). O formato da BNCC, no entanto, se mostrou, nas falas, o grande vilão.  

“Estamos discutindo aqui o possível uso desse modelo dentro de políticas que já estão tramitando”, explicou Fernando Penna, “Dentro da lógica empregada temos a criação de um mercado educacional. Se você consegue estabelecer metas para o Brasil inteiro e tem um projeto de evolutivos pedagógicos que diz quanto o aluno tirou nas avaliações, há margens sendo abertas para a pergunta: Por que não ter OSs gerindo escolas públicas, ou parcerias público-privadas? O que leva então ao nosso questionamento: Como tenho autonomia pedagógica se não poderei controlar a contratação dos meus professores neste caso?”

A crítica se soma à perda de autonomia também do ensino dado em sala de aula, com os docentes tendo que focar no cumprimento de objetivos de aprendizagem. Um deles proposto na BNCC é o CHHI1FOA003. A sigla determina que alunos do 1º ano do Ensino Fundamental devem “compreender que as normas de convivência existentes nas relações familiares são construídas e reconstruídas temporal e espacialmente”.

 “Quem precisa da BNCC formulada desta forma?”, questionou Ana Maria, respondendo que seriam sistemas de avaliação criadores de rankings. “A avaliação diagnóstica é necessária para saber onde precisamos melhorar e avançar, mas esta política adotada acirra a competição entre professores e escolas, para que eles sejam premiados”, observou a professora, “Então se produzem apostilas, livros simplificados e o professor fica preocupado em trabalhar aquele conteúdo por conta da avaliação. A capacidade de desenvolver encaminhamentos a partir de cada turma fica esvaziada em função desse tipo de resultado”.

   

Após as exposições, os estudantes puderam tirar dúvidas e houve a abertura de debate. A palestra está disponível na íntegra no canal do Unilasalle-RJ no youtube

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