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A Espanha se funde ao Brasil na escolha do prato principal. Paella (típica de Valencia, região costeira daquele país) caipira (queijo coalho e banana frita, dois ingredientes típicos de território verde-amarelo, presentes na receita). Mistura hispano-brasileira também nos convidados. Manuel Beguer, coordenador de Projetos Internacionais da Fundação Gas Natural Fenosa, vindo da Península Ibérica e o anfitrião, Irmão Jardelino Menegat, reitor do Unilasalle-RJ, natural do Sul. Com esta fusão de nações, a nova turma do Energia do Sabor caprichou no almoço especial preparado para receber os patrocinadores do projeto, na última quinta-feira, dia 23 de março.

A data marcou a assinatura de novo contrato entre o Unilasalle-RJ e a Gas Fenosa, estendendo a parceria até 2018. Há três anos a entidade espanhola e o centro universitário trabalham de mãos dadas para fornecer a jovens carentes a partir dos 18 anos perspectivas profissionais dentro da gastronomia, com uma novidade recente: agora o projeto ganhou um braço na pâtisserie, o “Jovem Confeiteiro”, voltado à prática de panificação e confeitaria. O assunto, da vez, no entanto, era mesmo a área salgada da cozinha. Afinal, foi nela que o trabalho desempenhado pela IES brasileira virou referência global para a fundação espanhola. No ano passado, o “Energia do Sabor” se tornou case, inspirando outras empreitadas semelhantes financiadas pela Gas Fenosa. Esse foi um dos assuntos conversados ainda no 8º andar, entre papeis e canetas.

 

Um pulo na Cozinha Experimental e logo as autoridades estavam entre panelas e talheres para experimentar bruschettas em duas versões de entrada, a famosa paella caipira, contendo ainda frango, linguiça, pernil e pimentões no arroz de açafrão, e brigadeiros de sobremesa. No território dos fogões, as estrelas foram mesmo os jovens aprendizes, muitos dos quais relataram seus projetos de vida para os visitantes. Jorge Mario Ramos, de 26 anos, que já apareceu aqui no site falando sobre os benefícios do curso para seu trabalho na Gruta de Santo Antônio, desta vez foi além da descrição da rotina: “Antes eu cozinhava por instinto, mas agora conheço e domino as técnicas. Já almejo, assim que terminarem as aulas, trabalhar embarcado para juntar um dinheiro e futuramente abrir meu próprio restaurante, mesclando as cozinhas brasileira e italiana”.

 

A Itália, apresentada aos futuros chefs pelo professor Vicente Maia, caiu também no gosto das amigas Lorena Maia, de 19 anos, e Andreza Silva, de 22 anos. A dupla elegeu a aula de massas como a preferida até agora. Em conversa com Beguer, Andreza comemorou o que conquistou depois de entrar no “Energia do Sabor”. “Só havia trabalhado como caixa até então, mas quando comecei o curso várias opções se abriram na cozinha. Hoje faço parte do restaurante All Games”, celebrou, lembrando ainda o fato da proprietária do estabelecimento, Deise Ribeiro, também estudar no La Salle. A administradora decidiu colocar a mão na massa no curso Chef de Cozinha VII.

Lorena ainda sonha em sair empregada do Unilasalle-RJ. Classificando a cozinha enquanto "lugar onde me encontro”, a jovem é contratada, quando surge uma oportunidade, como freelancer de buffets. Cris Gonzalez garante ter visto histórias semelhantes anteriormente e sempre com final feliz. A chef leciona ao lado de Maia no projeto. “Além do aprendizado, a inserção social deles é sempre uma prioridade”, frisou, “Eles saem do curso preparados para o mercado, com um ofício, a relevância é ainda maior nos dias de hoje em que vivemos um momento conturbado economicamente”. Em turmas anteriores, o “Energia do Sabor” coleciona efetivação de, agora profissionais, em restaurantes, bares e hotéis.

PRINCÍPIO DE LA SALLE

“Ensinar a bem viver, ensinar para a vida”. O princípio é de São João Batista de La Salle e foi lembrado pelo Irmão Jardelino Menegat em fala ao término do almoço, reiterando o foco resumido por Cris: “Ensinar a vocês serem bem-sucedidos na vida é o que nos impulsiona para seguir trabalhando”. Em seguida, Menegat brincou com o chapéu usado pelos cozinheiros para fazer uma alusão à importância do conhecimento. “Já disse algumas vezes simbolicamente que precisamos ter uma cabeça grande, e vocês tem com o toque blanche. Agora, é reunir informação e aplicá-la no dia a dia, porque sábio é aquele que faz isso”, estimulou o reitor. Ele ainda ressaltou estar animado com os diálogos trocados com a Gas Fenosa, incluindo planos para novos projetos, sempre voltados às pessoas que mais necessitam “e até mais próximas de nós. Temos aqui do lado a comunidade do Pé Pequeno, é uma possibilidade”.           

 

E o convidado espanhol, será que aprovou a paella? “Não posso continuar comendo porque senão vou acabar gordinho”, brincou Manuel Beguer, “Vocês têm talento e a Fundação continuará a apoiar o programa para um dia cada um ter a sua própria empresa”. 

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